O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, decidiu demitir-se na sequência de crescentes apelos do seu partido para que assuma a responsabilidade pela grande derrota nas eleições legislativas de julho, avançou a imprensa local.
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A televisão NHK adiantou que Ishiba quer evitar divisões dentro do partido, enquanto o jornal Asahi Shimbun afirmou que o primeiro-ministro já não conseguia resistir aos crescentes pedidos de demissão.
Ishiba, que assumiu o cargo em outubro, resistia às exigências dos seus opositores, maioritariamente de direita e do seu próprio partido, há mais de um mês.
A decisão do primeiro-ministro japonês acontece um dia antes de o seu Partido Liberal Democrata decidir se realiza uma eleição antecipada para a liderança caso seja aprovada uma moção de censura contra Ishiba.
Em julho, a coligação governamental de Ishiba falhou o objetivo de conseguir a maioria da câmara alta do parlamento, tendo o Partido Liberal Democrata e o parceiro Komeito conseguido apenas 46 dos 50 lugares que tinham como meta, para se juntar aos 75 lugares que já tinham.
Estas eleições eram tidas como um teste para o primeiro-ministro, que governava em minoria depois de ter perdido o controlo da câmara baixa do parlamento, a Câmara dos Representantes, nas eleições gerais antecipadas de outubro de 2024.
O descontentamento público com o aumento do custo de vida, que os aumentos salariais não conseguiram resolver, esteve no centro da campanha, com Ishiba a prometer distribuir 20 mil ienes (cerca de 120 euros) a cada residente.