
O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, garantiu, esta sexta-feira, estar recetivo às "exigências democráticas" e rejeitou as ações violentas, no oitavo dia dos protestos antigovernamentais que agitam a Turquia.
"Somos contra a violência, o vandalismo e as ações que ameacem os outros em nome das liberdades (...) acolhemos com o coração todos os que vierem com exigências democráticas", disse Recep Tayyip Erdogan durante uma conferência sobre as relações entre a Turquia e a União Europeia.
Num tom mais conciliatório que o assumido na véspera, onde optou por denunciar com firmeza os manifestantes, o chefe do Governo conservador assegurou que não tem "qualquer hesitação face às reivindicações democráticas".
Erdogan não deixou, contudo, de denunciar a "campanha de mentiras" e de "desinformação" que circulam nas redes sociais sobre as manifestações que decorrem há mais de uma semana na Turquia. Duarnte os conflitos três pessoas morreram e outras 5000 ficaram feridas. Vários indivíduos foram, também, detidos.
Numa conferência sobre as relações entre a Turquia e a União Europeia, na qual Erdogan esteve presente, o comissário europeu para o Alargamento, Stefan Fule, explicou que o recurso à força por parte da polícia "não tem lugar numa democracia".
"As manifestações pacíficas constituem uma via legítima destes grupos para a expressão de opiniões numa sociedade democrática. O uso excessivo da força pela polícia contra estas manifestações não tem o seu lugar numa democracia", disse o comissário.
Erdogan, que tem sido o principal alvo das manifestações turcas, optou por responder com uma crítica aos aliados da Turquia que repudiaram a violência policial. O primeiro-ministro não se coabiu, ainda, de acrescentar que situações semelhantes aconteceram noutros países da UE, como na Grécia, França e Alemanha.
Apesar dos conflitos e da vaga de violência que se tem presenciado na Turquia, o comissário para o Alargamento, assegurou que o processo de adesão do país à União Europeia não será suspenso.
"Permitam-me (...) recordar que a Turquia não abandonou os seus valores de liberdade e de respeito dos direitos humanos. E permitam-me assegurar que, pela nossa parte, não temos a intenção de abandonar o processo de adesão da Turquia à UE", justificou Stefan Fule.
