
Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil
Foto: Evaristo Sá / AFP
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi submetido, este sábado, a um procedimento para tratar repetidas crises de soluço e correu bem tudo bem, informou um dos seus médicos.
Bolsonaro, que cumpre uma pena de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, saiu pela primeira vez na quarta-feira da prisão, onde está desde o fim de novembro para ser operado a uma hérnia inguinal no hospital DF Star, em Brasília, onde permanece internado.
A cirurgia transcorreu sem incidentes na quinta-feira, e os seus médicos anteciparam que poderia ser necessário outro procedimento de menor complexidade para tratar um soluço recorrente: o bloqueio anestésico do nervo frénico, que controla o diafragma.
A intervenção foi realizada na tarde deste sábado. "Foi normal, correu tudo bem", disse aos jornalistas o Dr. Mateus Saldanha.
Os médicos localizaram o nervo frénico com um aparelho de ultrassom e, uma vez que o identificaram, injetaram um anestésico no lado direito, detalhou Saldanha. Na segunda-feira, farão o mesmo no lado esquerdo do nervo.
O procedimento durou uma hora. "Não é uma cirurgia, (...) não implica em incisões", explicou o Dr. Claudio Birolini, que acompanha a internação do ex-presidente.
Noite em claro
O bloqueio anestésico do nervo frénico estava previsto para segunda-feira. Mas foi adiantado porque da noite de sexta para sábado Bolsonaro sofreu "uma crise de soluços muito prolongada, mais forte, que o incomodou profundamente para dormir", informou, por sua vez, o Dr. Brasil Caiado.
"Agora é ver como vai ser a resposta" ao procedimento, apontou Saldanha.
A alta de Bolsonaro permanece estimada para o início da próxima semana, segundo os médicos.
O ex-presidente (2019-2022) lida há anos com as sequelas da facada no abdómen que sofreu durante um comício na corrida eleitoral de 2018, o que exigiu várias cirurgias de grande porte. "Já são nove meses de luta e de angústia com soluços diários", escreveu a sua esposa, Michelle Bolsonaro, mais cedo numa publicação no Instagram.
O ex-mandatário esteve em prisão domiciliar preventiva entre agosto e novembro. Ingressou no regime fechado a 22 de novembro, alguns dias antes do previsto, após tentar danificar a sua pulseira eletrónica com um ferro de solda.
Em setembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou Bolsonaro culpado de conspirar para manter-se no poder depois de perder as eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva.
Assim que receber alta hospitalar, Bolsonaro deverá voltar ao quarto pequeno com frigorífico, ar-condicionado e uma televisão onde cumpre a sua pena, na sede da Polícia Federal em Brasília.
