
A procuradoria de Nápoles pediu, esta segunda-feira, que o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi seja julgado imediatamente pela acusação de compra de votos para tentar fazer cair o governo quando estava na oposição e Romano Prodi era primeiro-ministro, entre 2006 e 2008.
O pedido foi endereçado ao juíz de instrução pelos procuradores responsáveis pelo caso, em que Berlusconi foi investigado por corrupção e financiamento ilegal de partidos.
Além de Berlusconi, a procuradoria de Nápoles pediu também que seja julgado o ex-senador Sergio de Gregorio e o ex-diretor do diário "Avanti", Valter Lavitola, que foi condenado a semana passada a dois anos e oito meses de prisão por tentativa de extorsão sobre Berlusconi, que chantageou com informações sobre a presença do ex-primeiro-ministro em festas com raparigas.
No caso de alegada compra de votos, Berlusconi é suspeito de ter pago três milhões de euros a Gregorio, ex-senador do partido Itália dos Valores, para que se juntasse ao seu partido conservador, o Povo da Liberdade.
Segundo o advogado de De Gregorio, este decidiu fazer uma "operação de verdade" e confessou ter recebido dinheiro de Berlusconi no âmbito de um plano elaborado em 2006 que visava a queda do governo de Prodi, o que acabou por acontecer em 2008, com a saída do ministro Clemente Mastella.
Berlusconi, que voltou a ser eleito nas eleições que se seguiram à queda do governo de Romano Prodi, afirmou que De Gregorio pediu ajuda aos seus advogados, alegando que estava a ser pressionado pelos procuradores para prestar declarações contra o ex-primeiro-ministro.
Lavitola, um antigo colaborador de Berlusconi, terá servido de intermediário entre este e De Gregorio.
O pedido de julgamento imediato deve-se à "evidência das provas apuradas", e nem sequer precisou de declarações por parte de Berlusconi, que foi chamado a prestar declarações por três vezes e nunca compareceu, alegando problemas de saúde ou agenda.
