A juíza da Audiência Nacional Carmen Lamela decretou prisão efetiva para os oito ministros regionais do governo cessante da Catalunha, incluindo o vice-presidente, Oriol Junqueras.
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A ordem de prisão aplica-se a Junqueras, Jordi Turull (ex-ministro da Presidência), Raúl Romeva (Assuntos Internacionais), Josep Rull (Território), Dolors Bassa (Justiça), Meritxell Borrás (Cultura), Joaquim Forn (Interior) e Carles Mundó (Trabalho).
Ao ex-ministro Santi Vila (Empresas), a magistrada deu a hipótese de sair em liberdade mediante pagamento de fiança de 50 mil euros, valor que a defesa prevê transferir na sexta-feira.
Os ex-governantes homens foram transferidos para o estabelecimento prisional de Estremera e as mulheres no de Alcalá Meco, ambos em Madrid. A decisão judicial levou centenas à rua, em solidariedade com os detidos.
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Os nove governantes destituídos foram ouvidos esta quinta-feira de manhã por suspeitas de delito de rebelião, sedição e desvio de fundos e arriscam penas de prisão de até 30 anos.
Os restantes cinco membros da Generalitat (são 14, ao todo), entre eles o ex-presidente, Carles Puigdemont, faltaram à audição por estarem ausentes, em Bruxelas.
A juíza Carmen Lamela justificou a decisão de deter os conselheiros catalães com o risco de fuga para o estrangeiro, o alto poder aquisitivo dos imputados e a alta probabilidade de destruição de provas.
A Assembleia Nacional Catalã (ANC) e o grupo independentista Òmnium Cultural convocaram, para dia 12 de novembro, uma concentração de apoio aos ex-ministros detidos.
Carles Puigdemont vai entregar-se às autoridades se lhe for solicitado
O advogado de Carles Puigdemont disse, esta quinta-feira, que o presidente do governo catalão destituído não pretende pedir asilo na Bélgica e que tenciona cooperar com a polícia belga e as autoridades judiciais.
O belga Paul Bekaert afirmou não ter conhecimento da emissão de um mandado europeu de detenção internacional ao seu cliente e aos ex-ministros que o acompanham em Bruxelas, mas garantiu que Puigdemont se irá entregar às autoridades belgas caso tal seja solicitado.
O presidente demitido do governo catalão deslocou-se no início da semana à Bélgica e afirma que só regressará a Espanha quando tiver "garantias imediatas de um tratamento justo, com separação de poderes", o que considera não ser o caso.
O parlamento regional da Catalunha aprovou, na passada sexta-feira, a independência da região. No sábado, o Governo central anunciou a dissolução do parlamento regional, a realização de eleições em 21 de dezembro e a destituição de todo o governo catalão.