Onze jornalistas foram detidos e, pelo menos, 20 ficaram feridos na Venezuela, entre quarta-feira e domingo, quando faziam a cobertura de protestos da oposição.
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Num comunicado divulgado em Caracas, o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP) faz um balanço da situação dos jornalistas, precisando que "cinco foram espancados e feridos pela Guarda Nacional e cinco foram roubados por funcionários dos mesmos corpos de segurança, que além de lhes tirarem o material e o equipamento de trabalho, também os deixaram sem objetos pessoais como os telemóveis".
Na lista de nomes dos profissionais agredidos está o do fotógrafo freelancer português, Eduardo Leal, que foi atacado quando cobria uma manifestação de estudantes opositores em Caracas e esteve várias horas detido pela polícia.
O documento sublinha ainda que dois profissionais da comunicação social foram agredidos por manifestantes, um deles na praça França de Altamira (leste de Caracas), onde está concentrada a oposição, e outro durante uma manifestação convocada por simpatizantes do Governo.
Segundo o SNTP foram "violados os direitos ao trabalho e à proteção dos trabalhadores dos meios de comunicação social" o que levou o secretário-geral daquele organismo, Marco Ruiz, a protestar pelas ações dos policias contra os jornalistas e denunciar os mesmos perante as autoridades de Justiça.
No comunicado, o SNTP diz ser "censura" a decisão do Governo de suspender das operações de televisão local o canal internacional de notícias da Colômbia, NTN24, que fazia a cobertura dos acontecimentos e denuncia "assédio" às sedes dos canais Venezuelana de Televisão (estatal) e Globovisión.
Segundo as autoridades venezuelanas três pessoas morreram desde 12 de fevereiro último na sequência de atos de violência ocorridos durante protestos de estudantes opositores contra o governo do presidente Nicolás Maduro.