A justiça alemã prolongou, esta segunda-feira, a detenção do ex-líder catalão Carles Puigdemont.
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O tribunal de primeira instância de Neumünster, na Alemanha, decidiu manter detido o ex-presidente da Generalitat até decidir sobre o pedido de extradição para Espanha, cujo processo poderá demorar até 60 dias. A informação foi avançada pela agência de notícias alemã DPA.
Puigdemont vai "continuar em detenção, até que seja tomada uma decisão sobre o processo de extradição", indicou, por seu lado, em comunicado, o tribunal regional de Kiel, também na região do norte da Alemanha.
Esta decisão "não tem recurso", acrescentou-se no texto.
A detenção surpresa do ex-líder do governo de Barcelona tinha provocado tumultos e confrontos entre militantes independentistas catalães e a polícia, no domingo, em Barcelona.
Hoje, Puigdemont compareceu perante um tribunal em Neumunster, cidade na qual está detido. Foi uma sessão para confirmação formal da identidade e decidir se ficava ou não detido.
Mas é ao tribunal de Kiel que compete decidir sobre a sua extradição, ainda segundo o texto do comunicado.
A justiça alemã dispõe de 60 dias para esta decisão.
Uma porta-voz da procuradoria alemã, Wiebke Hoffelner, limitou-se a dizer que a decisão "não vai ser tomada esta semana".
A justiça alemã vai ter de decidir se existem no direito alemão infrações similares às que motivam as acusações a Puigdemont em Espanha.
O ex-presidente da Catalunha foi detido no norte da Alemanha, proveniente da vizinha Dinamarca, no cumprimento de um mandado europeu de detenção, emitido por Espanha.
Na sexta-feira, o Supremo Tribunal espanhol acusou de delito de rebelião 13 separatistas pela sua participação no processo de independência da Catalunha, entre os quais o ex-presidente do executivo regional Carles Puigdemont.
Carles Puigdemont é acusado de ter organizado o referendo de autodeterminação de 1 de outubro de 20017 apesar de este ter sido proibido por violar a Constituição espanhola.
A 27 de outubro de 2017, Madrid decidiu intervir na Comunidade Autónoma, através da dissolução do parlamento regional, da destituição do executivo regional e da convocação de eleições regionais que se realizaram a 21 de dezembro último.
O bloco de partidos independentistas manteve uma maioria de deputados no parlamento regional e está a ter dificuldades para formar um novo executivo.