O ex-presidente do governo regional da Catalunha Carles Puigdemont foi detido pela polícia alemã perto da fronteira com a Dinamarca.
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Carles Puigdemont foi "retido" este domingo pela polícia alemã depois de passar a fronteira de automóvel, proveniente da Dinamarca, no âmbito do mandado de detenção europeu emitido pela Justiça espanhola, confirmou o seu advogado Jaume Alonso-Cuevillas.
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O ex-presidente catalão pretendia regressar à Bélgica, depois de ter estado em Helsínquia, na Finlândia, na semana passada, para dar uma conferência com vista a internacionalizar o processo independentista da Catalunha.
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A polícia alemã confirmou que deteve o ex-presidente da Generalitat às 11.19 horas locais (10.01 horas em Portugal continental), na autoestrada A7, na localidade de Schuby, a cerca de 30 quilómetros da fronteira. Puigdemont está numa esquadra a aguardar o cumprimento dos trâmites exigidos pelo mandado de detenção europeu.
Um juiz espanhol emitiu na sexta-feira mandados de detenção europeus e internacionais contra seis dirigentes independentistas pelo seu papel na tentativa de secessão da Catalunha, entre os quais o antigo presidente Carles Puigdemont.
No sábado, através da rede social Twitter, o ex-presidente do governo regional da Catalunha afirmou que vai "lutar até ao fim" por todos aqueles que considera "reféns de um Estado repressor" e pela "liberdade na Catalunha".
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O seu advogado afirmou no sábado - dia para o qual estava marcada a segunda votação para eleger o governo regional catalão, mas que não se realizou devido à detenção de cinco dirigentes independentistas - que Carles Puigdemont ia apresentar-se à polícia finlandesa. Horas depois, no entanto, publicou uma mensagem na rede social Twitter, em que afirmava que o ex-presidente da Generalitat já não estava na Finlândia, mas que estava à disposição da Justiça belga.
Em entrevista este domingo à rádio catalã Rac1, Alonso-Cuevillas admitiu que, naquele momento, não sabia "exatamente onde está Puigdemont" e se este abandonou a Finlândia "antes do previsto devido ao mandado europeu".
Segundo referiu no sábado o deputado finlandês Mikko Karna, um dos anfitriões de Puigdemont na Finlândia, o ex-candidato independentista abandonou aquele país nórdico na sexta-feira à noite e dirigiu-se à Bélgica "por meios desconhecidos".
De acordo com as autoridades finlandesas, todos os portos e aeroportos do país estiveram sob vigilância no sábado e Puigdemont foi procurado, durante todo o dia, para cumprimento do mandado de detenção, assinado pelo juiz do Supremo Tribunal espanhol Pablo Llarena.
Na liderança do executivo catalão desde janeiro de 2016, Puigdemont e a sua equipa governativa foram destituídos pelo governo central de Madrid após a declaração unilateral de independência de uma "República catalã", feita em Barcelona no passado dia 27 de outubro de 2017.
As autoridades espanholas acusaram então o presidente catalão destituído dos crimes de sedição, rebelião e peculato, levando Puigdemont a fugir para a Bélgica para evitar ser detido.