O advogado de Carles Puigdemont disse, esta quinta-feira, que o presidente do governo catalão destituído não pretende pedir asilo na Bélgica e que tenciona cooperar com a polícia belga e as autoridades judiciais.
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O Ministério Público espanhol pediu à juíza da Audiência Nacional para emitir um mandado europeu de detenção contra Carles Puigdemont, que viajou para Bruxelas no início da semana após o governo central de Madrid ter decidido a destituição dos 14 membros que compunham o executivo regional da Catalunha (Generalitat).
Em declarações à agência norte-americana Associated Press, o advogado belga Paul Bekaert garantiu que a ideia de pedir asilo às autoridades belgas "não está neste momento em cima da mesa".
Bekaert afirmou não ter conhecimento da emissão de um mandado europeu de detenção contra o seu cliente, mas garantiu que Puigdemont irá entregar-se às autoridades belgas caso isso seja solicitado.
"Vamos fazer tudo o que pudermos para colaborar com a polícia belga", disse o advogado.
Carles Puigdemont e quatro ex-ministros do executivo catalão não compareceram, esta quinta-feira de manhã, a uma audição na Audiência Nacional em Madrid para prestar declarações por estarem ausentes no estrangeiro.
Estes cinco elementos e outros nove ex-membros do governo regional da Catalunha estão a ser acusados dos delitos de rebelião, sedição e desvio de fundos, arriscando-se a penas que poderão ir até 30 anos de prisão.
A juíza da Audiência Nacional decretou, esta tarde, a prisão preventiva de oito ex-membros do governo catalão que se apresentaram para ser ouvidos, incluindo o ex-vice-presidente do governo autónomo da Catalunha, Oriol Junqueras.
Ao ex-ministro regional Santi Vila, que se tinha demitido do cargo poucas horas antes de o governo regional da Catalunha ter sido destituído, foi-lhe imposta uma medida de coação que lhe dá a possibilidade de pagar 50 mil euros e esperar o julgamento em liberdade.
Os advogados destes ex-membros do executivo catalão afirmaram que os respetivos clientes estão serenos e que pedem à população da Catalunha para permanecer calma.
Jaume Alonso-Cuevillas, advogado de Oriol Junqueras, afirmou que a deliberação da Audiência Nacional "não tem justificação" e que foi "desproporcionada", acrescentando que vai recorrer da decisão da juíza da Audiência Nacional.
Entretanto, também esta quinta-feira, o Supremo Tribunal decidiu colocar seis deputados regionais, entre eles a presidente do parlamento da Catalunha, Carme Forcadell, em vigilância policial até daqui a uma semana, quando voltarão a ser ouvidos pelo tribunal.