Putin diz que Ucrânia está a ser usada para desestabilizar relações internacionais
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse, esta sexta-feira, que a Ucrânia está a ser usada para desestabilizar as relações internacionais e que as sanções contra o seu país têm pouco efeito e "quase nunca têm resultados".
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Vladimir Putin afirmou, citado pelas agências de notícias russas, que a Rússia "está convencida há muito tempo que a implementação de sanções como um instrumento de política externa tem pouco efeito e praticamente nunca consegue os resultados pretendidos".
Numa visita a Duchambe, a capital do Tajiquistão, Putin acrescentou que considera que "a Ucrânia propriamente dita não interessa a ninguém, mas está a ser usada como um instrumento para desestabilizar as relações internacionais".
As declarações de Putin foram feitas no mesmo dia em que o seu ministro dos Negócios Estrangeiros alertou que as novas sanções económicas contra a Rússia podem minar o processo de paz na Ucrânia.
"Nós consideramos que essas decisões, tomadas quando o processo de paz na Ucrânia está a estabilizar-se, como esperamos, mostram uma escolha que pode minar o processo de paz", disse Serguei Lavrov, à margem de uma reunião da liderança da Organização de Cooperação de Xangai, em Duchambe.
O novo pacote de sanções económicas da UE à Rússia entra em vigor, esta sexta-feira, com empresas petrolíferas e de armamento na 'lista negra', mas deixando o setor do gás de fora e uma promessa de revisão em breve.
A lista das sanções, publicada no Jornal Oficial da União Europeia (UE) incluiu, pela primeira vez, o setor do petróleo, nomeadamente o financiamento às empresas Rosneft, Transneft e Gazprom Neft.
Outras três empresas russas do setor da defesa - United Aircraft Corporation, Oboronprom e Uralvagonzavod - também constam na 'lista negra' financeira europeia.
Também está restringido o acesso a financiamento nos mercados de capitais europeus dos principias bancos estatais russos e consórcios na área da defesa e energia controlados em mais de 50% pelo Estado.
São ainda alargadas a mais 24 dirigente e oligarcas russos, da Crimeia e separatistas da zona de Donbass, que ficam impedidos de entrar na UE e com bens que possuam no bloco europeu congelados.
Com este acrescento, a lista de pessoas alvo de sanções tem já 119 nomes, incluindo vários líderes separatistas, como Alexander Zakharchenko, o 'primeiro-ministro' da auto proclamada República Popular de Donetsk, palco de conflitos armados.
As restrições agora aplicadas têm uma cláusula de revisão, vinculada ao sucesso do plano de paz acordado entre as partes em conflito, que será analisado detalhadamente pela UE até ao final do mês.