Líder russo recebeu diplomata chinês no Kremlin. Homólogo norte-americano firmou união da NATO perante o contexto internacional.
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Um dia após anunciar a suspensão da participação russa no tratado de desarmamento nuclear New Start, firmado com os EUA em 2010, Vladimir Putin mostrou que está cada vez mais próximo de novos aliados. A viragem assinalou-se, esta quarta-feira, com a visita do chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, a Moscovo.
À distância de 1200 quilómetros, em Varsóvia, na Polónia, Joe Biden reuniu-se com representantes dos países do flanco oriental da NATO, em mais uma evidência da união transatlântica.
Ainda que separados geograficamente, os líderes firmaram um duelo de forças concretizado através da criação de vínculos políticos e militares antagónicos.
Putin assegurou a fortificação da aliança com o gigante asiático, ao destacar que "a cooperação entre a China e a Rússia é de grande importância para a estabilização da situação internacional". Poucas horas após o encontro, o Kremlin informou que Pequim apresentou um plano de paz para pôr fim à guerra, que será apresentado ainda esta semana. As autoridades ucranianas informaram, no entanto, que não foram consultadas sobre tais negociações.
A "amizade" entre as duas nações tem sido cada vez mais notória - embora inicialmente a China se tenha distanciado do conflito - e deverá ser brevemente sustentada com a visita do presidente Xi Jinping à Rússia.
Russos celebram guerra
Apesar da agenda diplomática preenchida, Putin ainda marcou presença num comício pró-guerra, que juntou mais de 200 mil pessoas no estádio Luzhniki, na capital russa.
"Uma batalha está em andamento agora, pelas nossas terras históricas, pelo nosso povo", declarou Putin na celebração, onde os nacionalistas elevaram bandeiras e cantaram músicas patriotas.
Durante o evento "Glória aos Defensores da Pátria", o presidente elogiou ainda os militares russos que estão "a lutar heroicamente, corajosamente, bravamente".
Enquanto isso, no seu último dia na Polónia, Biden tranquilizou os nove países de Leste da Aliança Atlântica, comprometendo-se a manter vivo o apoio à Ucrânia, que considera estar a defender não só a própria soberania, como a segurança internacional.
"Sabemos o que está em jogo, não apenas pela Ucrânia, mas pela liberdade das democracias em toda a Europa e no Mundo", sustentou o democrata antes de regressar a Washington.