Pelo menos 40 migrantes originários da África subsaariana, incluindo bebés, morreram esta quarta-feira e 30 outros foram resgatados após um naufrágio ao largo da Tunísia quando tentavam chegar clandestinamente às costas europeias, indicou um responsável judicial tunisino.
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Em declarações à agência noticiosa France-Presse (AFP), Walid Chtabri, porta-voz do Ministério Público de Mahdia, cidade no centro leste da Tunísia, adiantou que uma embarcação de ferro improvisada, com 70 migrantes a bordo, afundou-se ao largo de Salakta, uma cidade costeira próxima daquela localidade.
O responsável judicial não avançou, para já, pormenores sobre o ponto de partida da embarcação nem sobre as causas do naufrágio.
A rota do Mediterrâneo Central é considerada particularmente perigosa, com 32.803 mortos ou desaparecidos desde 2014, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
A par da vizinha Líbia, a Tunísia, cuja costa se encontra em alguns pontos a menos de 150 quilómetros da ilha italiana de Lampedusa, tornou-se nos últimos anos um dos principais pontos de partida no Norte de África de migrantes que tentam chegar à Europa.
Em 2023, a Tunísia assinou um acordo de 255 milhões de euros com a União Europeia (UE), quase metade dos quais destinados ao combate à imigração clandestina, o que levou a uma forte redução das partidas com destino a Itália.
Desde o início deste ano, segundo a Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), 55.976 pessoas chegaram às costas italianas, uma subida de 2% face ao ano anterior, das quais a grande maioria (49.792) partiu da Líbia e 3947 da Tunísia.
As autoridades tunisinas começaram, no início de abril, a desmantelar acampamentos informais de migrantes instalados em olivais perto de Sfax, a sul de Mahdia, onde viviam cerca de 20 mil pessoas.
No final de março, o presidente da Tunísia, Kais Saied, apelou à OIM para intensificar os esforços com vista a garantir "regressos voluntários" de migrantes em situação irregular aos seus países de origem.
