
Albert Gea/REUTERS
Quase 1,5 milhões de pessoas participaram esta sexta-feira em Barcelona numa manifestação pela independência da catalunha, ato que coincidiu com o dia nacional catalão, a Diada, e o arranque da campanha para as autonómicas da região.
Cerca das 17.30 horas (16.30 horas em Portugal continental), ou seja 15 minutos depois do começo da marcha de cinco quilómetros pela Avenida Meridiana - rumo ao Parlamento catalão - a polícia local contabilizou 1,4 milhões de pessoas no local da manifestação. O número não foi ainda confirmado pela delegação do Governo, representante do governo central em Madrid.
Na Diada de 2014, que também incluiu uma manifestação semelhante, Madrid e Barcelona avançaram números diferentes sobre a adesão ao protesto, de cariz nacionalista e empolado este ano pelo arranque da campanha paras as eleições regionais antecipadas na Catalunha, nas quais vários partidos - entre os quais o do presidente do Governo regional, Artur Mas - pedem uma maioria absoluta para avançar com um processo de independência.
Na altura, a delegada do Governo central estimou um número de manifestantes entre os 470 mil e os 520 mil, enquanto a câmara municipal (então nas mãos do partido nacionalista de Mas) falou em 1,8 milhões de pessoas.
A manifestação de hoje, sob o lema "Via Livre para a República Catalã" encheu não só a Avenida Meridiana, como várias ruas afluentes desta, conforme testemunhou a Lusa no local.
Nos momentos a seguir ao desmobilizar da manifestação, o elevado número de pessoas a tentar apanhar transportes públicos sobrecarregou a rede, com autocarros a passar pelas paragens completamente cheios, táxis sempre ocupados e as estações de metro com filas que iam do cais de embarque até às entradas.
Milhares de pessoas encheram as ruas mais próximas ao trajeto e aos pontos de destino da manifestação, à espera de melhor hora para poder apanhar os transportes públicos de regresso a casa.
De acordo com a televisão da Catalunha, que acompanhou a manifestação ao minuto e transmitiu para ecrãs gigantes espalhados pelo local, ainda antes do evento várias artérias da cidade ficaram entupidas de trânsito, com elétricos, carros particulares e autocarros impedidos de aceder aos locais pré-designados.
A plataforma "Junts pel Sí" (Juntos pelo Sim) e a organização, a Assembleia Nacional Catalana (ANC) impulsionaram o evento como mais uma "demonstração de força" dos catalães pela independência. A ANC pré-inscreveu cerca de 500 mil participantes na manifestação, cada um deles com camisolas brancas alusivas ao evento e uma cartolina colorida para formar um mural humano de dez cores, cada uma delas representando um "eixo" de uma eventual República catalã.
Os partidos que se opõem à independência, sobretudo o PP (direita, no poder) criticaram o acto, considerando que foi um momento de campanha partidária pro-"Junts pel si", de Artur Mas.
