As chuvas torrenciais e as inundações no Corno de África, que afetam a Somália, o Quénia e a Etiópia, deslocaram mais de dois milhões de pessoas e mataram quase 300, segundo dados governamentais e das Nações Unidas (ONU).
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Depois de ter sofrido a pior seca dos últimos 40 anos, a região está a ser atingida, há semanas, por chuvas torrenciais e inundações ligadas ao fenómeno meteorológico El Niño - geralmente associado ao aumento das temperaturas, às secas em algumas partes do mundo e às chuvas fortes noutras -, que deverá continuar até abril.
A Somália tem um milhão de pessoas deslocadas e cerca de uma centena de mortos, segundo a ONU, a Etiópia 600.000 deslocados e 57 mortos, segundo a agência de coordenação humanitária da ONU (OCHA), enquanto no Quénia 460.000 pessoas foram deslocadas e 136 mortas, segundo o Ministério do Interior.
"É uma situação desastrosa. As regiões que lutavam para recuperar dos impactos económicos e ambientais de uma seca prolongada são agora duplamente atingidas pelas inundações", lamentou a ONG Action contre la Faim (Ação contra a fome) num comunicado de imprensa na quarta-feira, na véspera da abertura da conferência COP28, sobre as alterações climáticas.
Na Somália, desde outubro, "mais de dois milhões de pessoas foram afetadas por chuvas torrenciais, inundações repentinas e rios, com cerca de um milhão de pessoas deslocadas das suas casas", de acordo com um comunicado da ONU e da agência de gestão de catástrofes da Somália.
Prevê-se que as chuvas "inundem pelo menos 1,5 milhões de hectares de terras agrícolas até dezembro", continua o comunicado.
As chuvas já destruíram explorações agrícolas, danificaram estradas e pontes, hospitais e escolas.