Pelo menos quatro pessoas morreram e outras 35 ficaram feridas em ataques de drones russos contra a cidade de Kharkiv, no leste da Ucrânia, de acordo com um novo balanço divulgado esta sexta-feira pelas autoridades ucranianas.
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Um primeiro balanço apontava para a morte de três pessoas, cujos corpos foram encontrados sob os escombros de edifícios residenciais e comerciais em Kharkiv, informaram os serviços de emergência ucranianos, em comunicado. Mais tarde, a mesma fonte avançou que o corpo de uma quarta pessoa foi retirada das ruínas.
Um total de 35 pessoas, incluindo uma criança, ficaram também feridas nos ataques atribuídos a drones russos durante a madrugada e que causaram incêndios na zona residencial e de escritórios.
Outras cinco pessoas ficaram feridas nas regiões ucranianas de Dnipro, Zaporizhzhia e Kiev, avançaram as autoridades locais, que também responsabilizaram Moscovo.
Drones ucranianos matam um russo
Do lado russo, ataques de drones ucranianos mataram uma pessoa na aldeia de Belaya Berezka, na região fronteiriça de Bryansk, disse o governador Alexander Bogomaz, acusando Kiev de "ataques direcionados contra civis".
A troca de ataques aconteceu horas depois da Rússia e a Ucrânia terem voltado a acusar-se mutuamente de quebrar a trégua energética que declararam após negociações com os Estados Unidos, com as duas partes a denunciarem ataques quase diários. Na quinta-feira, o Ministério da Defesa russo acusou as forças ucranianas de terem atacado quatro infraestruturas energéticas nas regiões fronteiriças russas de Kursk e Belgorod em quatro ocasiões nas 24 horas anteriores, deixando milhares de pessoas sem eletricidade.
O exército ucraniano “ataca unilateralmente instalações energéticas russas numa base diária”, disse o ministério, num comunicado citado pela agência de notícias espanhola EFE.
O Estado-Maior ucraniano, também num comunicado, respondeu que as acusações russas eram falsas, insistiu que respeita plenamente a trégua e que é a Rússia que a tem violado repetidamente.
A trégua sobre o setor energético foi negociada pelos Estados Unidos separadamente com a Ucrânia e a Rússia no final de março, na Arábia Saudita. Kiev e Moscovo aguardam uma resposta de Washington aos relatórios que enviaram esta semana com detalhes sobre as violações do acordo que atribuem à outra parte.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, aproveitou na quinta-feira uma visita a Chernobyl, no norte do país, para reafirmar as linhas vermelhas de Kiev no processo de negociações conduzido pelos Estados Unidos. “Um exército forte é uma prioridade para nós. É por isso que se trata de uma linha vermelha. Não podemos reduzir o nosso exército”, afirmou Zelensky durante uma reunião com autoridades regionais.