Iémen, Bahrein, Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos anunciaram o rompimento de relações diplomáticas e o corte de ligações aéreas e marítimas com o Qatar, acusando o país de ingerência e de apoiar o terrorismo.
Corpo do artigo
O governo do Iémen anunciou, esta segunda-feira, o corte de relações com o Qatar, membro da coligação militar árabe que opera no país, acusando Doha (capital do Qatar) de ligações com os grupos houthis pró-iranianos e de apoio a grupos jiadistas.
A Arábia Saudita afirmou querer "proteger a sua segurança nacional dos perigos do terrorismo e do extremismo", enquanto o Bahrein sustentou a sua decisão acusando Doha de "minar a segurança e estabilidade" do país e de "interferir nos seus assuntos" internos.
"A Arábia Saudita tomou esta medida decisiva devido à série de abusos por parte das autoridades de Doha ao longo dos últimos anos (...), por incitar à desobediência e prejudicar a sua soberania", afirmou um responsável saudita, citado pela agência noticiosa oficial SPA.
Além disso, prosseguiu, "o Qatar acolhe diversos grupos terroristas para desestabilizar a região, como a Irmandade Muçulmana, o Daesh (acrónimo em árabe do grupo autoproclamado Estado Islâmico)".
O Bahrein culpou o Qatar pelo "incitamento dos 'media', apoio a atividades terroristas armadas e financiamento ligado a grupos iranianos para levar a cabo atos de sabotagem e semear o caos no Bahrein".
Na mesma linha, o Egito, também por via de um comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros, justificou o rompimento de relações com o Qatar acusando-o de apoiar "o terrorismo" e de "insistir em adotar um comportamento hostil relativamente ao Egito".
Todas as nações anunciaram ainda a retirada dos diplomatas do Qatar dos seus territórios, a par com planos para cortar as ligações aéreas e marítimas, sendo que a Arábia Saudita deu ainda conta de que também pretende encerrar a sua fronteira terrestre com o Qatar, deixando-o o efetivamente isolado do resto da península arábica.
Neste âmbito, desconhece-se também de que forma a medida vai afetar a transportadora Qatar Airways, uma das maiores companhias de longo curso da região, que cruza frequentemente o espaço aéreo saudita, a qual também ainda não comentou os anúncios.
Na sequência dos anúncios de corte de relações diplomáticas, a coligação internacional liderada pela Arábia Saudita que intervém no Iémen anunciou a exclusão do Qatar devido ao "seu apoio ao terrorismo".
Este sismo diplomático tem lugar 15 dias depois de uma visita a Riade do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o qual pediu aos países muçulmanos para agirem de forma decisiva contra o extremismo religioso.
Estes desenvolvimentos representam um grave revés para o Qatar que, independentemente do seu papel regional, vai acolher o Mundial de Futebol de 2022.