Quatro soldados ucranianos foram mortos durante um ataque de separatistas pró-russos no leste do país, o balanço mais pesado desde o início de uma nova trégua em vigor há duas semanas.
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Os quatro homens foram mortos num ataque com lança-granadas perto da povoação de Pavlopil, próxima do porto estratégico de Mariupol controlado por Kiev, precisou o secretário do Conselho nacional de segurança e defesa, Oleksandre Daniliouk.
O presidente ucraniano Volodomyr Zelensky denunciou uma tentativa de "sabotar" os esforços de paz de Kiev e apelou aos seus homólogos dirigentes russo, francês e alemão para "se reunirem o mais depressa possível para retomar as negociações".
Zelensky referia-se à necessidade de conversações no âmbito do chamado Quarteto da Normandia, criado em 2014 para tentar encontrar uma solução para a crise provocada pela ocupação russa da Crimeia e a atividade dos separatistas pró-russos.
"Não vamos terminar com o nosso trabalho para terminar com as hostilidades nem deixaremos sem resposta qualquer ataque contra os nossos militares", acrescentou o chefe de Estado ucraniano na sua conta Facebook.
Estes foram os combates mais sangrentos desde a entrada em vigor da nova trégua, em 21 de julho.
De acordo com o exército ucraniano, os separatistas pró-russos também atacaram posições ucranianas perto da cidade de Bogdanivka, 30 quilómetros a sul da grande cidade rebelde de Donetsk, utilizando veículos de infantaria blindados, lança-granadas, metralhadoras e armas ligeiras.
Desde abril de 2014, foram mortas cerca de 13 mil pessoas no leste da Ucrânia, onde foi desencadeado um conflito contra os separatistas pró-russos após a revolta do Maidan que implicou o derrube do governo pró-russo em Kiev, seguido da anexação da península da Crimeia por Moscovo.
A Ucrânia e os seus aliados ocidentais acusam a Rússia de apoiar militarmente os separatistas das regiões de Donetsk e Lugansk, uma alegação que Moscovo sempre desmentiu.
Os combates baixaram de intensidade após os acordos de Minsk II em fevereiro de 2015, mas continuam a provocar regularmente vítimas.