Todas as sondagens apontam para a continuidade do PP no Governo. O partido perde votos e vai ter de negociar para se manter na liderança de Espanha, mas não é de excluir uma solução de Esquerda, como sucedeu em Portugal.
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São quatro os nomes que podem mudar o cenário político em Espanha. A saber:
Mariano Rajoy - Natural da Galiza, ocupou várias pastas como ministro de José María Aznar, que o nomeou seu sucessor na presidência do PP, o único partido espanhol que não realiza primárias para escolher o secretário-geral.
Depois de duas tentativas fracassadas, à terceira tornou-se presidente do Governo com maioria absoluta. Para além da crise económica, a legislatura ficaria marcada pelos escândalos de corrupção em torno ao PP e pelo desafio independentista da Catalunha. Durante a campanha eleitoral decidiu retomar o contacto com a cidadania e acabou por ser agredido por um jovem em Pontevedra.
Pedro Sánchez - Tomou as rédeas do PSOE na altura em que o partido vivia o pior momento da sua história, após o magro resultado de 23% obtido nas eleições europeias de 2014, que levaram Alfredo Pérez Rubalcaba a abandonar o barco.
Quase desconhecido até se tornar secretário-geral dos socialistas, este economista de 43 anos assumiu o objetivo reconduzir o partido às vitórias, mas viu a tarefa complicar-se com o crescimento à sua esquerda do Podemos. Protagonizou um dos momentos mais polémicos da campanha ao chamar "indecente" ao presidente do Governo.
Pablo Iglesias - Doutorado em Ciência Política, este professor na Universidade Complutense de Madrid foi protagonista de uma das mais fulgurantes entradas em política de sempre em Espanha. Poucos meses depois da sua fundação, o Podemos já constava nas sondagens como primeira força política.
A ascensão meteórica acabaria por moderar o discurso e o decorrer dos meses levaria, no entanto, à perda de alguns apoios. Hábil comunicador, Pablo Iglesias foi o que melhor soube aproveitar a campanha eleitoral, tendo sido considerado o vencedor do debate a quatro.
Albert Rivera - Natural de Barcelona, militou no PP antes de fundar o seu próprio partido, o Ciudadanos, quando tinha apenas 26 anos. Deu que falar logo na primeira campanha em que participou, ao aparecer sem roupa nos cartazes eleitorais que acabariam por conduzi-lo ao Parlamento da Catalunha.
No ano passado decidiu dar o salto à política nacional e acabou por se converter num dos protagonistas da nova era da política espanhola. O bom resultado obtido em Setembro na Catalunha catapultou-o nas sondagens, mas o decorrer da campanha retirou-lhe frescura.