Na ilha italiana Alicudi, na Sicília, o número de cabras é seis vezes superior ao número de habitantes. A região tem cinco quilómetros quadrados, 100 pessoas, e centenas de cabras selvagens que o presidente da Câmara quer oferecer.
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Em Alicudi, as cabras sempre viveram em harmonia com os habitantes e chegaram a ser, de acordo com o jornal britânico "The Guardian", uma atração turística. No entanto, nos últimos anos, tem-se verificado um crescimento destes animais selvagens cada vez maior. Têm causado cada vez mais estragos em hortas e jardins, danificado a vegetação, derrubado muros e até entrado nas casas das pessoas.
Como solução, o presidente da Câmara, Riccardo Gullo, propôs a iniciativa "adote uma cabra", que pretende oferecer os animais a quem os quiser retirar da ilha. "Não queremos, de forma alguma, abater os animais, por isso estamos a encorajar a ideia de os doar", explicou o autarca. "Qualquer pessoa pode pedir uma cabra, não tem de ser um agricultor, e não há restrições quanto ao número de animais".
Até 10 de abril, quem tiver interesse pode efetuar o seu pedido. De acordo com o presidente da Câmara, já foram recebidos vários telefonemas, incluindo o de um agricultor que pretende ficar com várias cabras "porque, entre outras coisas, produz um queijo ricotta que é muito apreciado", contou Gullo. "Se alguém tiver a capacidade de domesticar uma cabra, pode ser uma forma bonita e mais humana de controlar o problema", admite.
Paolo Lo Cascio, um antigo vereador da ilha, chamou a atenção pela primeira vez para o problema em 2008. "É necessário encontrar uma solução, pois a ameaça à vegetação da ilha é grave", afirmou Lo Cascio, que estima que a população de cabras seja de 800 em vez de 600. "Mas Alicudi é uma ilha muito complicada, primeiro é preciso aceder ao terreno e depois tentar capturar todas as cabras. Deveria ter havido uma intervenção há 10 anos".
Testemunhos de habitantes confirmam a preocupação com o número exagerado de cabras e contam que os animais são "incontroláveis", como é o caso de Gloria, proprietária de um café na ilha. Os animais "andam em bandos e causam estragos, são demasiados", relatou ao "The Guardian".