Gravuras sobre pedra com mais de oito mil anos foram destruídas por salafistas (radicais islâmicos) nas montanhas do Alto Atlas, no sul de Marrocos.
Corpo do artigo
"Estas gravuras sobre pedra representando o sol têm mais de oito mil anos. Foram destruídas há alguns dias pelos salafistas", disse Aboubakr Anghir, da Liga Amazigh (berbere) dos Direitos Humanos (LADH), confirmando uma informação do jornal As-Sabah (em língua árabe).
Aboubakr Anghir explicou à agência France Presse que "uma das gravuras é designada por 'a placa do sol' e é anterior à presença dos fenícios em Marrocos", encontrando-se "num local arqueológico conhecido, na planície de 'Yakour' perto de Marraquexe (sul), a 20 quilómetros do Toubkal, o pico mais elevado do reino (4.167 metros)".
"Há alguns grupúsculos salafistas naquela região e não é a primeira vez que locais pré-islâmicos são atacados. Enviámos uma mensagem por correio eletrónico ao Ministério da Cultura, mas ainda não tivemos resposta", adiantou o ativista.
A imagem do sol pode ser considerada por alguns movimentos fundamentalistas como uma representação de uma divindade e "idolatria", contrária à unicidade de Deus.
Os salafistas são suspeitos de terem também incendiado um dos principais santuários sufis, dedicado a Saida Manoubia, nos subúrbios de Tunes, na noite de segunda-feira para terça-feira.