O chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, anunciou esta segunda-feira que pediu para ir ao Parlamento, no final deste mês ou no princípio de agosto, para falar sobre a situação política e económica e responder sobre o caso Bárcenas.
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Numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro da Roménia, Victor Ponta, Rajoy explicou que tinha falado com o presidente da câmara, Jesús Posada, para o informar de que vai pedir para ser ouvido no Parlamento que, segundo disse, é onde deve dar explicações aos cidadãos.
Rajoy antecipou que, nessa ida ao parlamento, dará "todas as explicações", contará o que aconteceu e fornecerá "a sua versão" das acusações surgidas nos últimos dias.
Luís Bárcenas, o ex-tesoureiro do PP espanhol, que se encontra detido, afirmou na semana passada perante um juiz, em Madrid, que em 2010 entregou 25.000 euros da chamada contabilidade paralela do partido, a Mariano Rajoy, e outros 25.000 euros à secretária-geral do partido.
Mariano Rajoy, primeiro-ministro de Espanha desde 2011 e líder do PP desde 2004, foi envolvido por Luís Bárcenas no escândalo de pagamentos irregulares a dirigentes do partido e de donativos ilegais de empresários em troca de contratos de adjudicação. Rajoy nega as alegações.
Uma sondagem publicada no fim de semana pelo jornal "El Mundo" indicava que 83% dos espanhóis acredita que o PP foi financiado ilegalmente com dinheiro proveniente de empresários e que, depois, foi repartido entre os dirigentes.
A maioria das pessoas consultadas para a sondagem (66% dos inquiridos, entre os quais 43% de eleitores do PP) pensa que, entre os dirigentes do Partido Popular que receberam verbas que não foram coletadas, está o chefe do governo, Mariano Rajoy.
A mesma sondagem refere também que 89% dos cidadãos consultados considera que o primeiro-ministro deve dar explicação no Parlamento, dentro do mais breve prazo possível.