Um adolescente de 14 anos foi apontado, esta terça-feira, como um dos chefes de uma rede de crimes de ódio contra menores no Brasil.
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De acordo com o portal brasileiro "G1", que cita o Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), o adolescente, que vive em Campo Grande, atuava como "administrador da engenharia criminosa do grupo" a partir de casa. Os outros quatro endereços eram ligados a outras pessoas, que respondiam hierarquicamente ao adolescente na organização criminosa. O adolescente confirmou a participação e a posição que exercia na organização criminosa, mas não foi detido por falta de flagrante delito, explicou a agente responsável pelo Dracco, Ana Cláudia Medina. No entanto, foram apreendidos computadores, telemóveis e documentos.
A descoberta foi feita no âmbito da "Operação Adolescência Segura", que decorreu em sete estados brasileiros (Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás) e visava desarticular uma das maiores organizações criminosas do país voltadas para a prática de crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes.
Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Campo Grande. Um dos alvos foi a casa do adolescente de 14 anos, no Jardim Carioca. Até agora, foram detidos dois adultos e seis menores.
A rede criminosa é responsável por diversos crimes graves no ambiente virtual, como tentativa de homicídio, instigação ao suicídio, incentivo à automutilação, armazenamento e divulgação de pornografia infantil, maus-tratos a animais e apologia ao nazismo. O grupo se organizava virtualmente via plataformas como Discord e Telegram, onde promoviam desafios e competições, sempre de crimes de ódio.
A investigação foi desencadeada em 18 de fevereiro passado, quando uma pessoa sem-abrigo foi atacado por um adolescente que lhe atirou dois "cocktails molotov", ficando com 70% do corpo queimado. Ao mesmo tempo, o jovem Miguel Felipe, maior de idade, filmava e transmitia o evento em tempo real para cerca de 220 pessoas no Discord. Miguel Felipe foi detido.