O líder do conselho militar do oeste líbio, Mokhtar Fernana, afirmou este domingo que os rebeldes não vão sair de Tripoli até que seja formado um exército nacional, contrariamente ao que exigem os habitantes da capital.
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A Líbia é "nesta altura um Estado sem polícia. São os 'thowars' (combatentes revolucionários) que protegem Tripoli. Se têm segurança e estabilidade é graças aos 'thowars'", afirmou o general numa conferência de imprensa.
"Quando for formado o exército nacional, os 'thowars' abandonarão as armas", prosseguiu, acrescentando que os Ministérios da "Defesa e do Interior não têm força suficiente" para garantir a segurança da capital.
Na quarta-feira, centenas de habitantes de Tripoli manifestaram-se para exigir a saída da capital das fações armadas de outras cidades que participaram na "libertação de Tripoli", em agosto, e ali permanecem.
Na sequência do protesto, o Governo afirmou que apoiou um plano do Conselho local de Tripoli para o desarmamento da capital até ao fim do ano, mas desde então nenhuma medida foi anunciada.
O general Fernana, que disse fazer parte de um grupo encarregado da formação do novo exército, apelou ao Conselho Nacional de Transição (CNT) para nomear rapidamente um chefe de Estado-Maior das Forças Armadas.
"Sem a nomeação de um chefe do Estado-Maior, não haverá um exército nacional", acrescentou.
O general acusou por outro lado Khalifa Haftar, comandante das ex-forças rebeldes, de estar por detrás dos confrontos que opuseram no sábado dois grupos armados.
Segundo Fernana, a coluna de Haftar recusou parar num posto de controlo de rebeldes de Zintan (oeste) na estrada para o aeroporto de Tripoli. Fernana afirmou que "a milícia" de Haftar matou dois combatentes de Zintan e feriu outros dois.
Os confrontos acalmaram, ainda segundo o general Fernana, graças à mediação do presidente do CNT, Mustapha Abdeljalil, e do ministro da Defesa, Oussama Jouili.
Cerca de 150 oficiais do antigo exército líbio que combateram com os rebeldes nomearam em novembro Khalifa Haftar como comandante do "exército nacional" líbio, mas a sua nomeação não foi oficializada.