Rebeldes islamitas somalis anunciaram, esta quarta-feira, a decisão de executar o agente dos serviços de informações externas francês, detido há mais de três anos e que no sábado uma força militar francesa tentou resgatar, sem sucesso.
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O grupo islamita Shebab, ligado à al-Qaeda, anunciou em comunicado ter "chegado à decisão unânime de executar o agente dos serviços de informações francês Denis Allex".
O exército francês, que na madrugada de sábado tentou resgatar Allex numa operação falhada que resultou na morte de dois soldados franceses e 17 rebeldes, disse na altura que o agente teria sido morto pelos captores durante a tentativa de resgate.
No comunicado divulgado esta quarta-feira, o Shabab justifica a decisão de executar Allex como uma vingança pelos civis que, segundo os rebeldes, foram assassinados pelos soldados franceses durante a tentativa de resgate.
"Com a tentativa de resgate, a França assinou voluntariamente a sentença de morte de Allex", escreve o grupo rebelde, que no entanto não forneceu ainda qualquer prova de que Allex esteja vivo.
Esta quarta-feira, um alto responsável da Shebab confirmou à AFP que Allex "foi condenado e a sua sentença não será alterada".
A operação para libertar o agente francês, detido como refém desde julho de 2009, foi um falhanço, com dois soldados franceses mortos. O exército recuperou o corpo de um dos soldados e o Shebab colocou na sua conta de Twitter imagens do cadáver do segundo, que os rebeldes dizem ser o comandante da operação.
No sábado, o Presidente francês, François Hollande, assegurou que Allex teria sido "sem dúvida" assassinado pelos sequestradores durante a operação, mas o Shebab afirmava ao mesmo tempo que o refém continuava sob a sua custódia, a salvo e longe do lugar onde ocorrera o combate.
Na nota desta quarta-feira, o Shebab diz ainda que o refém francês deu aos rebeldes muita informação durante os interrogatórios realizados nos últimos três anos e meio, o que lhes permitiu ter "um melhor entendimento do funcionamento do serviço de informações de França".