A polícia da cidade paquistanesa de Karachi indicou esta segunda-feira que está a tentar desmantelar uma rede de mulheres de famílias abastadas que recolhem fundos para o grupo radical Estado Islâmico.
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A investigação policial teve por base revelações de um homem suspeito de ter financiado o primeiro ataque reivindicado pelo Estado Islâmico (EI) no Paquistão: o massacre de maio em Karachi de 44 muçulmanos ismaelitas, corrente minoritária do islão xiita, considerada herética pelos extremistas sunitas do Estado Islâmico.
Raja Umar Khattab, chefe do departamento de contraterrorismo da província do Sindh, da qual Karachi é a capital, disse que o suspeito foi detido a semana passada e que confessou que a sua mulher tinha criado uma organização religiosa denominada "Al Zikra Academy".
"Esta academia não tem qualquer estrutura, nem instalações", disse Khattab à agência France Presse.
"Um grupo de 20 mulheres, todas de famílias abastadas, distribuem dispositivos USB com vídeos do EI e fazem propaganda de organizações terroristas", adiantou, precisando que a rede também recolhe fundos em nome da caridade islâmica.
O suspeito que revelou a existência da rede recebeu dinheiro recolhido daquela forma.
"A mulher e a sogra do suspeito fazem igualmente parte da rede", indicou Khattab.
O Paquistão combate há 10 anos a revolta islamita que já matou dezenas de milhares de civis.
Os principais inimigos das forças de segurança são a Al-Qaida, os talibãs paquistaneses e seus aliados, mas o EI parece ter simpatizantes entre as classes educadas.