Um médico reformado tinha, sem saber, dentro de uma pasta, um desenho de Leonardo Da Vinci que se comprovou ser autêntico e foi avaliado em cerca de 14,9 milhões de euros.
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A leiloeira Tajan anunciou, segunda-feira, a descoberta de um desenho que um curador do Metropolitan Museum of Art (Museu Metropolitano de Arte), em Nova Iorque, nos Estados Unidos, informalmente conhecido por "The Met", afirma ser de Leonardo Da Vinci e avaliou-o em aproximadamente 14,9 milhões de euros.
O desenho foi descoberto, em março, quando um médico reformado, que vive no interior de França, levou uma pasta com 14 desenhos, que tinham sido recolhidos pelo pai bibliófilo, à leiloeira parisiense Tajan para serem avaliados.
Juntamente com artigos de baixo valor estava um desenho, que se comprovou ser autêntico, de Leonardo Da Vinci. O proprietário não sabia que tinha tal obra em sua posse e preferiu manter o anonimato.
Thaddée Prate, 55 anos, diretor do departamento de desenhos antigos da casa Tajan, contou ao "New York Times" que quando viu o desenho sentiu que era uma imagem interessante do século XVI, que iria exigir mais trabalho.
Segundo o "New York Times" Prate desconfiou que o desenho fazia parte de um estudo de Leonardo Da Vinci do Martírio de São Sebastião e foi pedir uma segunda opinião ao especialista independente Patrick de Bayser, que confirmou as suspeitas. Bayser reparou em vários pormenores como o facto de o desenho ter sido feito por um artista canhoto, tal como Da Vinci, e os dois desenhos científicos que estavam inscritos na parte de trás da folha.
Todavia Prate não se deixou ficar por uma segunda opinião e foi até Nova Iorque, ao Metropolitan Museum of Art, nos Estados Unidos, para consultar o parecer da curadora de trabalhos italianos e espanhóis do museu, Carmen C. Bambach.
Bambach afirmou à imprensa norte-americana que o desenho é o mais desenvolvido e atraente dos três estudos conhecidos, que estão associados ao que pode ser uma pintura perdida de São Sebastião. A curadora declarou ainda que o desenho tem uma espontaneidade furiosa, pelas mudanças de ideias e pela energia na forma como Da Vinci explora a figura.
De acordo com o "New York Times", o governo francês pode impedir a exportação do desenho se o declarar como tesouro nacional. Caso isso aconteça, o governo terá 30 meses para oferecer um valor de mercado justo, que neste caso é de cerca de 14,9 milhões de euros, pela obra.