Centenas de milhares de palestinianos regressaram, no sábado, à devastada cidade de Gaza no norte do enclave palestiniano. Várias famílias percorreram as ruas tomadas pelos escombros para encontrarem as suas casas transformadas em ruínas.
Corpo do artigo
Mais de 500 mil pessoas regressaram ao norte da Faixa de Gaza desde a entrada em vigor do cessar-fogo entre Israel e o grupo islamita Hamas, anunciou hoje a Defesa Civil do enclave. "Mais de 500 mil pessoas chegaram a Gaza entre ontem e agora", disse Mahmoud Bassal, porta-voz desta organização de primeiros socorros que opera sob a autoridade do movimento islâmico.
Leia também Mealhada insiste na reabertura do apeadeiro do Pego
Na sexta-feira, após a entrada em vigor do cessar-fogo, o exército israelita alertou a população da Faixa de Gaza para que não se aproximasse das tropas de Israel ainda presentes no território e indicou que várias zonas do norte do território continuavam perigosas.
Fotos: Mohammed Saber/EPA
O cessar-fogo na Faixa de Gaza entrou em vigor às 12 horas locais de sexta-feira na sequência do acordo alcançado na quarta-feira entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.
O acordo, que prevê a libertação de palestinianos e o regresso a Israel dos reféns que ainda permanecem na Faixa de Gaza, é a primeira fase de um plano de paz proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após negociações indiretas mediadas pelo Egipto, Qatar, Estados Unidos e Turquia.
O cessar-fogo visa pôr fim a dois anos de guerra em Gaza, desencadeada pelos ataques a Israel, liderados pelo Hamas no dia 7 de outubro de 2023, que causaram cerca de 1200 mortos e 251 reféns. A retaliação de Israel já matou mais de 67 mil pessoas e provocou cerca de 170 mil feridos, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza (tutelado pelo Hamas), que a ONU considera credíveis.
Macron e Trump vão ao Egito
O presidente francês, Emmanuel Macron, vai deslocar-se na segunda-feira ao Egito para manifestar o seu apoio à implementação do acordo. Macron irá aproveitar a visita para discutir com os seus parceiros as próximas etapas do plano de paz, sem esclarecer se se reunirá com o presidente americano, Donald Trump, que também tem prevista uma deslocação ao Egito.
A visita insere-se na continuidade da iniciativa franco-saudita e dos trabalhos iniciados em Nova Iorque, em setembro, para a implementação de um plano de paz e segurança no Médio Oriente, baseado na solução de dois Estados.