A Casa Real espanhola esclareceu esta segunda-feira que o rei não pediu a Marrocos o perdão de um pedófilo aprisionado ou de outros prisioneiros, interessou-se pela sua "situação" e solicitou que um deles, doente, cumpra pena em Espanha.
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"A pedido das associações de famílias de prisioneiros, o rei interessou-se pela situação dos prisioneiros espanhóis em Marrocos", durante o seu encontro em julho com o rei Mohammed VI, explicou um porta-voz da Casa Real.
Numa reunião com o primeiro-ministro marroquino, Abdelilah Benkiran, o rei Juan Carlos "pediu-lhe formalmente que um deles, um camionista que sofre de diabetes e de uma doença cardíaca, possa regressar a Espanha para aí cumprir a sua pena", acrescentou o porta-voz.
A situação do homem, condenado por tráfico de haxixe, "ainda não está resolvida", porque ele não beneficiou do perdão real concedido na terça-feira passada por Mohammed VI a 48 prisioneiros espanhóis em nome, segundo os 'media' oficiais marroquinos, das boas relações entre os dois países.
O porta-voz da Casa Real assegurou que o rei nunca solicitou uma tal medida e que Mohammed VI "foi mais longe" que o interesse manifestado por Juan Carlos ao informá-lo, alguns dias após a sua visita, de que tinha decidido indultat 48 prisioneiros espanhóis.
"O rei agradeceu-lhe (...) sem saber de quem se tratava", acrescentou.
Entre esses prisioneiros, figurava Daniel Galvan, um homem de cerca de 60 anos condenado em 2011 a 30 anos de prisão em Marrocos pela violação de 11 menores.
A sua libertação provocou uma onda de indignação em Marrocos, onde a opinião pública se interrogou sobre a forma como o homem pôde ser incluído na lista de beneficiários da clemência real.
O rei de Marrocos decidiu finalmente no domingo à noite anular esse perdão.
"Nós não temos nada que ver com a elaboração de qualquer lista", garantiu o porta-voz da Casa Real espanhola.