Um dos traficantes de droga mais procurados do Rio de Janeiro e cinco dos seus alegados cúmplices morreram hoje numa operação policial na região metropolitana daquele estado brasileiro.
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Thomas Jhayson Vieira Gomes, mais conhecido como "3N", de 26 anos, era um dos traficantes mais procurados naquela região, acusado de controlar a venda de drogas no complexo de favelas de Salgueiro, na região metropolitana da capital Fluminense, segundo a Polícia Militar.
O homem e outros cinco suspeitos de serem membros do seu gangue morreram num tiroteio com os agentes policiais, numa casa localizada em Itaboraí, a cerca de 60 quilómetros da cidade do Rio de Janeiro.
De acordo com a polícia, os agentes chegaram ao local com o intuito de prender os suspeitos, que estavam "fortemente armados" e apresentaram resistência, disparando contra a polícia.
Desenrolou-se então um tiroteio entre as forças de segurança e os suspeitos, que resultou na morte dos seis alegados membros da facção criminosa.
"Um dos maiores líderes de uma facção criminosa do estado do Rio de Janeiro, o fugitivo conhecido como '3N do TCP [Terceiro Comando Puro]', foi morto na manhã de hoje, durante uma operação conjunta da Polícia Militar e Civil do Rio de Janeiro", informaram as autoridades nas redes sociais.
Na operação, a polícia apreendeu quatro fusis, quatro pistolas, granadas, diversos carregadores, coletes à prova de balas, e uma quantidade não especificada de drogas.
O nome de Thomas Jhayson Vieira Gomes estava incluído na lista dos criminosos mais procurados no Rio de Janeiro.
As autoridades ofereciam uma recompensa de 20.000 reais (4.270 euros) por qualquer tipo de informação que os ajudasse a encontrar o seu paradeiro.
De acordo com as investigações, "3N do TCP" deixou o núcleo do Comando Vermelho, a facção criminosa mais poderosa do Rio de Janeiro, e que atua em outros estados do Brasil, e passou a fazer parte do grupo conhecido como Terceiro Comando Puro (TCP), a meio de uma luta pelo controlo de tráfico de drogas.
No estado do Rio de Janeiro, as mortes às mãos da Polícia atingiram o seu nível mais alto nos primeiros dez meses deste ano, desde 1998, quando essa estatística começou a ser registada.
Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro, um total de 1.546 pessoas morreram em operações policiais entre janeiro e outubro deste ano, 0,78% a mais que no ano anterior.
Por outro lado, 21 polícias militares perderam a vida em serviço nos primeiros 10 meses do ano, três deles em outubro passado. De acordo com o instituto, nenhum polícia civil perdeu a vida este ano, no decorrer da sua atividade profissional.
Desde que assumiu o cargo em janeiro, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, alinhado com a política de segurança do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, adotou uma forte retórica de combate ao crime, baseada no uso da violência, com o número de pessoas mortas pela polícia a aumentar significativamente em comparação com os anos anteriores.
A política agressiva de segurança pública de Witzel levou-o a ser denunciado à Organização dos Estados Americanos (OEA)por organizações dos direitos humanos.