A Alemanha e o Reino Unido condenaram hoje a sentença de 25 anos de prisão determinada por um tribunal russo ao opositor Vladimir Kara-Murza por alta traição e outros crimes, divulgou a imprensa internacional.
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O Governo britânico criticou esta segunda-feira "a sentença politicamente motivada" do opositor russo Vladimir Kara-Mourza, exigindo a sua "libertação imediata" e anunciando a convocação do embaixador russo.
"O Reino Unido continuará (...) a pedir a libertação imediata de Kara-Murza", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, James Cleverly, num comunicado.
Cleverly lamentou que a justiça russa tenha condenado Karza Murza por se referir à invasão da Ucrânia, pois esta agressão é "uma flagrante violação do direito internacional e da Carta da ONU".
"A falta de empenho da Rússia em proteger os direitos humanos fundamentais, incluindo a liberdade de expressão, é alarmante", sublinhou Cleverly.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico declarou ter convocado esta segunda-feira o embaixador russo em Londres, Andrei Kelin, para lhe comunicar que a condenação de Kara-Murza - que tem também nacionalidade britânica -- é "contrária às obrigações internacionais da Rússia em matéria de direitos humanos".
O Governo alemão também exigiu a "libertação imediata" de Kara-Murza.
"Este julgamento, como muitos outros, destina-se a dissuadir, excluir e prevenir vozes críticas" na Rússia, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Andrea Sasse, durante uma conferência de imprensa.
Um tribunal de Moscovo condenou esta segunda-feira o ativista da oposição e jornalista russo Vladimir Kara-Murza a 25 anos de prisão por várias acusações, incluindo alta traição, noticiou a imprensa internacional.
Após um julgamento à porta fechada, o tribunal anunciou que julgou Kara-Murza culpado de "alta traição", de espalhar "informações falsas" sobre o exército russo e trabalho ilegal para uma "organização indesejável", segundo um jornalista da agência de notícias AFP.
O opositor foi condenado a uma pena cumulativa de 25 anos numa colónia penal, que implica condições de prisão mais rígidas.