Um relatório sobre o tiroteio que vitimou 19 crianças e dois professores em Uvalde, nos Estados Unidos, divulgado no domingo, aponta "falhas sistémicas" e tomadas de decisão erradas por parte das autoridades e da escola. O relatório tece fortes críticas à ação dos agentes no local, que falharam em "priorizar a vida dos inocentes antes da sua própria segurança."
Corpo do artigo
O relatório divulgado no domingo há fortes críticas às autoridades e à escola de Uvalde, nomeadamente, uma "falta de liderança" que "pode ter contribuído para a perda de vidas".
O chefe da polícia de Uvalde, Pete Arredondo, assumiu o papel de comandante da operação, apesar do mesmo afirmar que não se sentia em condições para liderar. Defende que tanto ele como os restantes agentes fizeram os possíveis para parar o atirador. Pete Arredondo estava em licença administrativa há cerca de um mês e está reformado desde então.
O relatório também critica as instalações e a administração da escola por revelar uma falta de disciplina no cumprimento dos protocolos de segurança, criados para prevenir situações semelhantes. A escola era conhecida por, muitas vezes, deixar as portas destrancadas, para facilitar a entrada a professores substitutos.
A sala 111, local onde ocorreu a maior parte do massacre, tinha a fechadura estragada, facto que era de conhecimento geral, mas nunca tinha sido reportado. Devido a estas falhas, o atacante conseguiu entrar na escola e nas salas sem nenhum impedimento, provavelmente matando a maior parte das vítimas antes de as autoridades serem contactadas.
"Das 142 balas que o atacante disparou dentro do edifício, é quase certo que ele disparou rapidamente mais de 100 dessas balas antes de qualquer oficial entrar", diz o relatório.
Quando o atirador chegou ao local não havia nenhum agente da polícia na escola, de acordo com o relatório. Uma treinadora da escola, Yvette Silva, "agiu heroicamente e quase certamente salvou vidas ao alertar a escola sobre o avanço do agressor", pode ler-se. "A maioria das [salas das] turmas da quarta classe foi bloqueada com sucesso como resultado da sua resposta rápida".
Uma gravação revelada por um jornal local mostrou o atirador a entrar na escola e as autoridades a esperarem 77 minutos antes de o confrontar.
A 24 de4 maio, um jovem de 18 anos abriu fogo na escola primária de Uvalde, no Texas, matando 21 pessoas, entre as quais 19 alunos, com idades entre os cinco e os 11 anos, e duas professoras O atirador, identificado como Salvador Ramos, de nacionalidade norte-americana, foi abatido pela polícia.