Relatório sugere que sul-coreanas entrem na escola mais cedo para aumentar natalidade
Uma instituição estatal da Coreia do Sul sugeriu que as meninas entrem na escola primária antes dos meninos para aumentar a baixa taxa de natalidade do país.
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Segundo o relatório elaborado pelo Instituto Coreano de Finanças Públicas, a diferença de idade entre meninas e meninos no mesmo ano na escola torná-los-ia mais atraentes um para o outro quando atingissem a idade de se casarem. A alegação baseia-se, de acordo com o jornal britânico "The Guardian", na ideia de que os homens são naturalmente atraídos por mulheres mais jovens porque amadurecem mais lentamente. Essas mulheres, em teoria, prefeririam casar com homens mais velhos.
“Se houver vontade de casar, certamente pode presumir-se que há vontade de namorar. No entanto, isso não leva necessariamente a um namoro bem-sucedido. Para melhorar isto, podem ser incluídas políticas de organização de encontros, melhoria das competências sociais e apoio ao autodesenvolvimento para aumentar a atratividade para o sexo oposto", lê-se no relatório.
O relatório foi criticado tanto pelo líder do principal partido da oposição, Lee Jae-myung, que considerou “absurdas” as recomendações relatório, como por utilizadores da plataforma online sul-coreana Naver, de acordo com o jornal britânico. “Estão mesmo a olhar para as pessoas, para as crianças, como ferramentas reprodutivas? Nojento", escreveu um utilizador. Outro comentou que a proposta era “pior do que dizer-lhes para não terem filhos”.
A Coreia do Sul tem a taxa de natalidade mais baixa do Mundo - 0,72 filhos por mulher. Esta tendência tem sido justificada com o elevado custo de criação e educação dos filhos e à falta de habitação acessível, bem como à expetativa de que as mulheres se dediquem à criação de famílias em vez de equilibrarem o trabalho com a vida familiar.
Em fevereiro deste ano, o governo de Seul decidiu subsidiar o congelamento de óvulos. Já no mês passado, anunciou que vai oferecer até um milhão de won (equivalente a 911 euros) aos casais que revertessem os procedimentos de esterilização. Entretanto, o governo sul-coreano está a considerar oferecer cerca de 100 milhões de won (mais de 90 mil euros) por cada filho nascido no país.
Este verão, vão chegar ao país 100 empregadas domésticas e amas filipinas como parte de um projeto-piloto concebido para aliviar a pressão sobre as mulheres trabalhadoras que temem ter de abandonar os seus empregos se tiverem filhos.