O Governo islandês teve "conversações informais" com um representante do norte-americano Edward Snowden, que fez revelações sobre o programa de vigilância de telecomunicações dos Estados Unidos da América. A informação foi avançada esta quarta-feira, pelo primeiro-ministro, Sigmundur David Gunnlaugsson.
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"Tanto quanto sei (...), um dos seus representantes teve conversações informais com funcionários de vários ministérios, mas nada formal", declarou Gunnlaugsson, questionado pelos jornalistas em Estocolmo sobre um eventual pedido de asilo de Snowden à Islândia.
O primeiro ministro afirmou que o pedido deve ser feito pelo próprio interessado.
"Ele teria de estar na Islândia para pedir asilo político. Como não está no país, não faço comentários", explicou.
A ministra do Interior, Hanna Kristjansdottir, afirmou, na passada terça-feira, que o governo foi abordado por um porta-voz do website WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson, que queria discutir a questão com um representante do ministério.
O WikiLeaks também revelou milhares de documentos secretos norte-americanos.
A responsável acrescentou que, neste caso, o governo não se sente vinculado a uma resolução adotada por unanimidade no Parlamento, em junho de 2010, para fazer da Islândia um refúgio para os defensores da liberdade de expressão, incluindo os que denunciam abusos.
"A resolução não faz parte das leis que se aplicam aos que pedem asilo", afirmou.
Em entrevista ao jornal "The Guardian", Snowden, um informático de 29 anos, refugiado em Hong Kong desde 20 de maio, afirmou que via a Islândia como o país mais próximo das suas opiniões quanto à liberdade de expressão na internet.
Mas após a derrota da coligação de esquerda nas legislativas islandesas realizadas no final de abril, o governo mudou e atualmente são os conservadores que estão no poder.