O governo separatista do enclave de Nagorno-Karabakh anunciou hoje que se vai dissolver e que a república não reconhecida "vai deixar de existir até ao dia 1 de janeiro de 2024", de acordo com a France Presse.
Corpo do artigo
Este anúncio ocorre depois de o Azerbaijão ter levado a cabo uma ofensiva militar para recuperar o controlo total da região separatista e ter exigido que as tropas arménias no Nagorno-Karabakh depusessem as armas e que o governo separatista se desmantelasse.
O Nagorno-Karabakh foi governado por autoridades separatistas arménias durante cerca de 30 anos.
Quase metade da população da região de Nagorno-Karabakh, no Cáucaso, fugiu para a Arménia, desde a ofensiva do Azerbaijão, nos últimos dias. São agora mais de 53 mil os refugiados na Arménia, de acordo com os últimos dados divulgados na quinta-feira pelo executivo de Erevan.
O decreto sobre a dissolução do Governo do enclave (não reconhecido) foi assinado pelo presidente separatista da região, Samvel Shakhramanyan. O documento cita o acordo alcançado na semana passada sobre o fim aos combates em que o Azerbaijão garante a "circulação livre, voluntária e sem entraves" dos residentes do Nagorno-Karabakh.
Por outro lado, as forças da Arménia no enclave foram desarmadas.
O Nagorno-Karabakh ficou sob o controlo de forças de origem arménia, apoiadas pelo Exército de Erevan, após os combates que se prolongaram depois da queda da União Soviética, no início dos anos 1990, e 1994.
Durante uma guerra de seis semanas em 2020, o Azerbaijão recuperou partes do Nagorno-Karabakh, bem como o território circundante que as forças arménias tinham reivindicado durante o conflito anterior.