Um pedaço de bagagem foi recuperado, esta quinta-feira, de uma praia em Saint-André, na ilha francesa da Reunião, perto do local onde foi encontrado o destroço de um avião, que se acredita pode ser do Boeing 777 da Malaysia Airlines, desaparecido em março de 2014.
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"Estava ali desde ontem, mas ninguém lhe prestou qualquer atenção", disse um dos elementos que patrulha a costa da ilha da Reunião, Johnny Bègue, em declarações ao jornal francês "Le Parisien".
Após a descoberta do que, segundo os peritos, pode ser parte de uma asa de um Boeing 777, o modelo do avião da Malaysia Airlines desaparecido em março de 2014, as atenções centraram-se naquele pedaço de tecido encontrado por pescadores locais na costa da ilha da Reunião.
Segundo o site da televisão local, os restos da mala, em muito mau estado, foram encontrado na zona de Bois Rouge, na mesma direção do local onde havia sido encontrado o misterioso pedaço de avião.
"Não excluímos qualquer hipótese, incluindo a de que possa pertencer a um Boeing 777", informou o ministério da Justiça da ilha da Reunião, sustentando que o departamento de Investigação de Acidentes Aéreos (BEA, na sigla em francês) está a investigar o destroço encontrado.
Antes, investigadores de segurança aérea norte-americanos asseguram com "elevado grau de confiança" que "flap" de uma asa encontrado no Índico é de um avião semelhante ao desaparecido. Um mecânico da companhia aérea "Air Austral", com sede na ilha da Reunião, disse aos jornalistas que estudou o destroço encontrado e concluiu com 99,9% de certeza que pertence a um Boeing 777.
Como não há nenhum Boening 777 desaparecido além do Malaysia Airlines, se vier a confirmar-se que a peça é deste modelo específico de avião, é provável que pertença à aeronave que fazia o voo MH370, entre Kuala Lumpur e Pequim e que desapareceu sem deixar rasto a 8 de março de 2014, com 239 pessoas a bordo.
A peça encontrada, com dois metros de comprimento, que parece ser parte de uma asa do avião, foi encontrada por pessoas que estavam a limpar uma praia na ilha francesa da Reunião.
A companhia aérea Malaysia Airlines considerou, esta quinta-feira, ser "prematuro" especular sobre se os destroços de avião encontrados no Oceano Índico são do voo desaparecido MH370, enquanto as autoridades tentam identificar a sua origem.
"Uma pista importante"
A descoberta está a ser tratada como "uma pista importante" na busca pelo MH370, disse o vice-primeiro ministro australiano, Warren Truss.
"Trata-se, obviamente, de um desenvolvimento importante e se, de facto, se tratar de um destroço do MH370, começa a fechar-se um ciclo para as famílias das pessoas a bordo", disse Truss.
A ilha da Reunião fica no extremo oeste da vasta área de buscas no Oceano Índico identificada como local provável da queda do avião, com base nos sinais de satélite emitidos automaticamente pelo avião.
"É muito longe da área de busca, mas a descoberta é consistente com o trabalho que foi feito para identificar a área de busca, as interpretações de satélite sobre a rota expectável para o avião", segundo a teoria de que terá tido problemas a bordo, virado a sul e entrado em piloto automático, navegando até acabar o combustível.
"A descoberta de destroços [na ilha da Reunião] não seria inconsistente com essa hipótese", disse o adjunto do primeiro-ministro australiano, citado pelo diário britânico "The Guardian".
Nos últimos 15 meses, a área de buscas centrou-se em 120 mil quilómetros quadrados do fundo do oceano, a cerca de dois mil quilómetros a sudoeste de Perth, na Austrália.
Martin Dolan, que lidera a equipa de buscas australiana, diz que encontrar destroços na ilha da Reunião "não excluiu a atual área de buscas".
A confirmar-se que a peça pertence ao Boeing 777 da Malaysia Airlines, caem por terra as várias teorias sobre o desaparecimento da aeronave: que virou a norte, que aterrou algures no médio Oriente ou até que tinha sido levado por extra-terrestres, entre outras teorias, umas mais loucas que outras.