Num encontro com o presidente norte-americano, Donald Trump, à margem do funeral do Papa Francisco, este sábado, o líder de Kiev, Volodymyr Zelensky, pediu um “cessar-fogo total e incondicional”.
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A reunião de mais de uma centena de delegações estrangeiras no pequeno perímetro da cidade-estado que é sede da Igreja Católica serviu não apenas para unir líderes nas homenagens ao falecido Papa Francisco, mas para que estes promovessem encontros diplomáticos nos corredores da Basílica de São Pedro. O diálogo mais aguardado era entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, que não se encontravam desde a altercação na Sala Oval, em fevereiro.
Com fato e gravata azuis, um Trump que destoava dos restantes chefes de Estado e Governo nas cerimónias fúnebres chegou a conversar com o líder ucraniano, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. Ainda antes do funeral, Trump e Zelensky tiveram uma “discussão produtiva” em privado, caracterizou a Casa Branca. Na rede social X, o presidente ucraniano afirmou que apoia um “cessar-fogo total e incondicional” e que espera ver “resultados” do encontro.
Algumas horas depois, Trump publicou na Truth Social que “não havia razão para [o presidente russo Vladimir] Putin disparar mísseis contra zonas civis, cidades e aldeias nos últimos dias”. “Isto faz-me pensar que talvez ele não queira parar a guerra, está apenas a incentivar-me e tem de ser tratado de forma diferente, através de sanções bancárias ou secundárias”, completou.
“Inspirador para a paz”
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que o encontro entre os chefes de Estado norte-americano e ucraniano é “inspirador para a paz, e é um desperdício se não for aproveitado para isso”. “O que se espera de uma paz falada na Basílica de São Pedro é que seja uma paz possível, uma paz rápida, mas uma paz digna e justa, que é isso que é fundamental”, declarou o presidente da República, citado pela agência Lusa.
À margem das exéquias, Zelensky reuniu-se ainda com Ursula von der Leyen, que integrava a comitiva de Bruxelas que incluía também o presidente do Conselho Europeu, António Costa. “Podem contar com o nosso apoio na mesa das negociações para alcançar uma paz justa e duradoura”, salientou a presidente da Comissão Europeia (CE).
A chefe do Executivo comunitário acordou uma reunião com Trump, ainda sem data, segundo uma porta-voz da CE. Sob muita procura, o ocupante da Casa Branca deixou Roma poucas horas depois, concluindo assim a primeira viagem internacional do seu segundo mandato.