
Encontro realizou-se na Malásia à margem da ASEAN
Foto: Andrew Caballero-Reynolds/ AFP
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, disse que a reunião deste domingo entre os presidentes brasileiro e norte-americano foi "muito positiva" e "muito produtiva", num contexto de tensões devido às tarifas impostas a Brasília.
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"Foram 45 minutos de conversa muito positiva, muito produtiva. Os presidentes trataram de todos os assuntos", afirmou Mauro Vieira no final da reunião entre Luiz Inácio Lula da Silva e o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, à margem da cimeira de líderes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Kuala Lumpur, na Malásia.
De acordo com Mauro Vieira, Trump comprometeu-se a "dar instruções à sua equipa para iniciar um processo de negociação bilateral" em torno das taxas, tendo os dois líderes aberto a porta a "visitas recíprocas".
Os dois países estão em conflito depois de Washington ter decidido aplicar tarifas de 50% aos produtos brasileiros, em retaliação pelo processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado político de Trump.
O ministro brasileiro das Relações Exteriores acrescentou que testemunharam o encontro o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o representante comercial norte-americano, Jamieson Greer, após terem negociado durante horas com uma delegação de Pequim, antes da chegada de Trump a Kuala Lumpur e do seu encontro na próxima semana com o presidente chinês, Xi Jinping.
Trump, para quem a Malásia é a paragem inicial da sua primeira viagem à Ásia no segundo mandato, disse no início do encontro com Lula que confiava que chegariam a "acordos muito bons", sem dar mais detalhes.
Lula e Trump, cuja relação também é afetada pela escalada da luta contra o narcotráfico dos cartéis latino-americanos por parte dos EUA, coincidiram em Kuala Lumpur por ocasião da 47.ª cimeira de líderes da ASEAN e aliados, que começou hoje e se prolongará até terça-feira.
O presidente brasileiro está há vários dias na Malásia, onde se reuniu no sábado com o primeiro-ministro do país, Anwar Ibrahim, após uma viagem à Indonésia, em busca de acordos comerciais para mitigar o impacto das tarifas dos Estados Unidos.
