O material usado no revestimento exterior da torre Grenfell era o mais barato e o mais inflamável de duas opções disponíveis, avançou o "The Guardian", com base numa investigação da empresa produtora.
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O tipo de painel usado no revestimento do edifício onde, esta quarta-feira, deflagrou um incêndio que matou pelo menos 30 pessoas, é pouco mais de dois euros mais barato (por metro quadrado) que a alternativa, resistente ao fogo, disse ao "The Guardian" o diretor da "Omnis Exterior", responsável pela produção da chapa de alumínio com núcleo de polietileno.
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Feitas as contas, se o material (o Reynobond PE) cobrisse dois mil metros quadrados da torre, a obra teria ficado cinco mil libras - cerca de 5714 euros - mais barata do que se tivesse sido escolhida a outra opção (o Reynobond FR).
O principal empreiteiro da obra, realizada em 2015, foi a empresa "Rydon Maintenance", que subcontratou serviços a empresas mais pequenas, como a "Omnis" e a "Harley Facades", encarregue da instalação dos painéis, e que não reagiu ao incidente.
O tipo de material usado está proibido na Alemanha, em edifícios com mais de 22 metros de altura, escreve o "The Guardian", e nos Estados Unidos, em edifícios com mais de 12, diz o "The Times", de forma a evitar a propagação de incêndios.
No Reino Unido, não há regulação que obrigue a utilização de material à prova de fogo no revestimento de escolas e habitações, apesar dos apelos da "Fire Protection Association" (Associação de Proteção contra Fogos) ao governo britânico.
Na quinta-feira, as autoridades abriram um inquérito ao incêndio que atingiu a maior parte dos andares da torre Grenfell. Das vítimas que ficaram feridas, 30 ainda estão no hospital e, dessas, 15 estão em estado crítico.