O presidente do Burkina Faso, Blaise Compaoré, decretou, esta quinta-feira, o estado de emergência no país e dissolveu o governo, em reação a protestos em massa sem precedentes contra uma revisão constitucional desenhada para prolongar o mandato presidencial.
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Compaoré, que tomou a decisão, anunciada pelos media locais, depois de uma reunião do conselho de ministros do Burkina Faso, disse que está disposto a negociar com a oposição e que o general do exército Gilbert Diendere foi encarregado de restabelecer a ordem.
"O estado de emergência foi declarado no território nacional. O chefe das Forças Armadas está encarregado de implementar esta decisão, que entra em vigor hoje", afirmou Campaoré num discurso lido por um apresentador de rádio. "Dissolvo o governo de forma a criar condições para a mudança. Peço aos líderes da oposição para acabarem com os protestos e comprometo-me ao diálogo".
Apesar do anúncio governamental, os distúrbios continuaram ao longo do dia. Há registos de fogos em hóteis, ataques a instituições governamentais e a habitações de diversos deputados.
O aeroporto de Ouagadougou foi fechado e cancelados todos os voos.