O Governo da Roménia confirmou, esta quarta-feira, ter localizado numa zona perto da fronteira com a Ucrânia fragmentos que parecem corresponder a um drone lançado pelas Forças Armadas russas, na sequência de uma troca de denúncias e desmentidos com Kiev.
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O ministro da Defesa romeno, Angel Tilvar, confirmou a informação, após as autoridades terem inspecionado a zona nos últimos dias para confirmar se os ataques registados no outro lado da fronteira, separada pelo rio Danúbio, implicam alguma ameaça para o território da Roménia, país membro da União Europeia (UE) e da NATO.
Tilvar excluiu a perspetiva de uma "ameaça", apesar de ter confirmado uma deslocação à zona para se pronunciar sobre os últimos incidentes no delta do Danúbio.
Com esta deslocação, o ministro também pretende acalmar as autoridades locais, devido ao receio de um possível alastramento do conflito russo-ucraniano.
Nas últimas semanas, as forças russas intensificaram os bombardeamentos nas zonas portuárias na província ucraniana de Odessa, com ataques às cidades de Izmail e Reni.
A Rússia atacou no domingo o distrito de Izmail com pelo menos 20 'drones' (aparelhos aéreos não tripulados). Neste distrito perto da fronteira romena estão instalados os portos fluviais ucranianos do Danúbio.
Na segunda-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano denunciou a queda de alguns dos drones utilizados por Moscovo em território fronteiriço romeno e disse possuir "provas fotográficas". No entanto, o Ministério da Defesa da Roménia negou "categoricamente" as alegações de Kiev.
Já na terça-feira, o presidente romeno, Klaus Iohannis, admitiu que os recentes ataques no sul da Ucrânia ocorreram "muito perto" da fronteira com a Roménia. "Tivemos ataques (...) que foram registados a 800 metros da nossa fronteira. Muito, muito perto", declarou Klaus Iohannis, durante uma conferência de imprensa ao lado do primeiro-ministro luxemburguês, Xavier Bettel.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.