Os rótulos de produtos alimentares na Suíça vão passar a incluir, a partir desta terça-feira, informação sobre se algum animal sofreu para serem produzidos. De acordo com o governo, serão visados produtos como carne, ovos ou foi gras.
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Um comunicado do governo suíço, publicado na quarta-feira, nota que os rótulos passam a indicar, a partir de hoje, se foram efetuados procedimentos dolorosos aos animais sem anestesia ou atordoamento.
De acordo com o portal "swissinfo", a lei pretende que os consumidores tenham acesso a informações mais claras sobre a forma como os animais foram tratados durante a produção dos alimentos.
Algumas das práticas que passam a constar nas informações dos alimentos são a castração ou descorna de bovinos sem anestesia, o corte da cauda ou corte dos dentes de suínos sem alívio da dor, ou o corte das pernas de rãs sem anestesia.
O fígado e a carne de gansos e patos alimentados à força - técnica usada para obter foi gras - também serão rotulados em conformidade, explica o portal suíço. Embora a alimentação forçada de animais tenha sido proibida na Suíça há mais de 40 anos, a prática ainda é legal noutros países. Esta medida serve para travar a importação deste alimento, que não é apoiada pelo governo.
A informação incluída nos rótulos será obrigatória a todos os estabelecimentos que comercializem estes produtos, de restaurantes a pequenas empresas e lojas de retalho. O governo realça que está a "aumentar a transparência para os consumidores, permitindo-lhes fazer compras informadas".
O período de transição para as mudanças previstas na lei será de dois anos.
Uso de peles também tem novas regras
A partir de hoje também deixa de ser permitido importar para a Suíça peles e outros produtos derivados que sejam obtidos através de práticas cruéis aos animais. Ou seja, os vendedores destes produtos serão obrigados a garantir que o fabrico dos artigos cumpre as normas de bem-estar dos animais.
Até agora, os rótulos tinham apenas de incluir informação sobre a espécie do animal, a sua proveniência e a origem da pele. No entanto, o governo helvético detetou incumprimento das normas neste setor, onde foi registada, só em 2023, rotulagem defeituosa em cerca de 60% dos pontos de venda inspecionados.