
O computador usado para resolver o problema
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Um trio de informáticos britânicos e norte-americano apresentaram esta sexta-feira a solução para um problema matemático com 35 anos, mas a sua verificação pode ser um outro problema, porque a sua leitura levará 10 mil milhões de anos.
Conhecido como "Atividade dos Triplos de Pitágoras", o problema era um enigma longo e sem solução, que levou o matemático Roland Graham a oferecer há 30 anos dinheiro a quem o resolvesse.
Os autodeclarados vencedores -- Marijn Heule, Oliver Kullmann e Victor Marek, das universidades do Texas, Swansea e Kentucky -- revelaram a resolução do problema durante a conferência internacional SAT 2016, que decorre em Bordéus, França.
Os informáticos desvendaram o enigma utilizando o programa "Cube-and-Conquer", o método do teste de satisfação e fiabilidade híbrido (SAD) para problemas difíceis.
Mas os colegas, disseram os informáticos, precisam de ver a prova.
"Devido ao interesse geral naquele problema matemático, o nosso resultado exige uma prova formal", afirmaram os informáticos.
O resultado, em símbolos, é o equivalente a "todos os textos digitalizados da biblioteca do Congresso dos Estados Unidos", cerca de 200 'terabytes' de dados, segundo o boletim do Centro de Pesquisa Científica francês.
O problema em si é (quase) incompreensível e questiona se é possível colorir números inteiros positivos (como 1,2,3,4,5...) a vermelho ou azul numa sequência de números que satisfaça o famoso Teorema de Pitágoras (a2+b2=c2).
Ou seja, se 'a' e 'b' forem vermelho, então o 'c' tem de ser azul, mas os três não podem ser todos vermelhos ou azuis.
A prova mostra que o esquema de coloração é, de facto, possível, mas só até ao número 7.824.
A análise aos números levou dois dias e foi feita pelo supercomputador Stampede do Centro de Informática Avançada do Texas.
