A Rússia acusou, esta quarta-feira, o Ocidente de procurar impedir a sua participação numa reunião da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), boicotada pela Ucrânia e países bálticos para denunciar a presença do chefe da diplomacia russa.
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"Assistimos a tentativas de uma parte do Ocidente de tudo fazer para impedir a participação normal do nosso país nesta reunião", declarou, numa conferência de imprensa, a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, numa referência à reunião do Conselho ministerial da OSCE que decorre quinta e sexta-feira em Skopje, capital da Macedónia do Norte.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros ucraniano e dos três Estados do Báltico (Estónia, Letónia, Lituânia) anunciaram o boicote a este encontro para denunciar a aguardada presença do chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, após a Bulgária ter aberto uma exceção às sanções europeias para permitir que o avião do ministro russo sobrevoe o território búlgaro em direção a Skopje.
Lavrov foi convidado para o jantar de gala que decorre hoje e antes do início formal da reunião ministerial, evento no qual também pretende participar.
Em 2022, a Polónia, que organizou a reunião da OSCE, recusou a entrada no seu território a Lavrov, que em diversos fóruns internacionais tem apresentado os argumentos de Moscovo para justificar a ofensiva militar que a Rússia desencadeou contra a Ucrânia em fevereiro de 2022.
A Rússia inclui-se entre os 57 membros da OSCE, organização estabelecida no decurso da Guerra Fria para tentar desanuviar as tensões leste-oeste.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
