O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, afirmou esta sexta-feira que não está a ser preparada qualquer grande ofensiva em Idleb e assegurou que a Rússia tenta sempre proteger os civis nas operações militares.
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A ONU e vários países ocidentais têm manifestado receio de que a mobilização maciça de tropas do regime sírio em volta daquele bastião da oposição se traduza numa grande ofensiva que pode desencadear uma nova catástrofe humanitária.
"O que nos é atualmente apresentado como o princípio de uma ofensiva das forças sírias com o apoio da Rússia é uma representação errada dos factos. As forças sírias e as nossas apenas estão a reagir a ataques lançados de Idleb", disse Lavrov num fórum germano-russo a decorrer em Berlim.
O ministro russo prosseguiu assegurando que a Rússia fará tudo para proteger os civis.
"Vamos, tanto quanto possível, abordar estas questões com cuidado, vamos estabelecer corredores humanitários, estabelecer tréguas e fazer tudo para que a população civil não sofra", disse.
A região de Idleb é o último bastião da oposição ao regime de Bashar al-Assad.
Segundo especialistas, a maior parte do território é controlada pelo grupo 'jihadista' Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que integra nomeadamente o antigo braço da Al-Qaida na Síria (Frente al-Nosra).
Habitantes de várias localidades de Idleb saíram hoje à rua em protestos contra o regime, segundo 'media' na internet da oposição como o Alepo Media Center e o Orient News.
Na capital da província, também designada Idleb, e nas localidades de Kafranbel, Dana e al-Bab, os manifestantes encheram as ruas depois da oração do meio-dia e gritaram palavras de ordem contra Assad, brandindo bandeiras tricolores em verde, branco e preto que se tornaram o símbolo do levantamento de 2011.
Segundo o professor universitário Wissam Zarqa, os manifestantes usam as bandeiras para rebater a alegação do governo de que a província é dominada pelos 'jihadistas'.
A província de Idleb tem uma população de cerca de 3 milhões de pessoas a que se juntaram 1,5 milhões que fugiram de outras partes do país.