O Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia alegou esta segunda-feira ter evitado uma tentativa de assassinato de um oligarca russo por um grupo que disse estar ligado aos serviços secretos da Ucrânia.
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O FSB "impediu um atentado contra a vida de uma figura pública, o presidente do conselho de administração do grupo de empresas Tsargrad, Konstantin Malofeev, organizado pelos serviços especiais ucranianos", disse o serviço federal, citado pela agência russa TASS.
As autoridades russas disseram que "o ato de terrorismo foi planeado para ser executado através da detonação de um dispositivo explosivo artesanal colocado debaixo do carro de Malofeev".
Segundo o FSB, um esquema semelhante foi usado no atentado que vitimou a jornalista Daria Dugina em Moscovo, em 20 de agosto de 2022.
As autoridades russas acusaram os serviços secretos ucranianos pela morte de Dugina, filha do filósofo ultranacionalista russo Aleksandr Dugin, próximo do presidente da Rússia, Vladimir Putin.
O FSB disse que o organizador do alegado atentado contra Malofeev "é o fundador e um dos líderes do chamado Corpo de Voluntários Russos".
Trata-se de Denis Kapustin, conhecido pelo pseudónimo Denis Nikitin, nascido em Moscovo em 1984, que tem sido descrito por vários meios de comunicação social ocidentais como um neonazi, segundo a agência espanhola EFE.
O FSB disse que Kapustin vive na Ucrânia e "atua sob o controlo do Serviço de Segurança da Ucrânia, participando em operações de combate contra as tropas russas do lado ucraniano".
O Corpo de Voluntários Russos afirma ser uma formação que integra as forças armadas ucranianas, algo que Kiev não confirmou.
O grupo reivindicou, na semana passada, um ataque na região russa de Bryansk, que faz fronteira com a Ucrânia, em que morreram duas pessoas, de acordo com Moscovo.
Os investigadores russos abriram um processo criminal contra Kapustin pelo atentado contra Malofeev, que afirmou na rede social Telegram que não ficou ferido.
A TASS ilustrou a notícia com um vídeo em que se vê uma pessoa com um capuz e uma máscara cirúrgica a acercar-se de uma viatura estacionada na rua, baixando-se em seguida para aparentemente colocar algo por debaixo do carro.
O indivíduo afasta-se depois do local.
As imagens seguintes mostram um automóvel parado no interior de um parque de estacionamento a ser inspecionado por um robot, que retira o alegado objeto explosivo.
As autoridades russas não forneceram qualquer explicação para o alvo do alegado atentado ser Malofeev, nem as suas relações com a Ucrânia.
Mas, em 2014, Malofeev foi alvo de sanções ocidentais por alegadamente financiar os separatistas pró-russos do Donbass, no leste da Ucrânia, acusações que sempre negou.
Segundo o 'site' da Fundação Roscongress, Konstantin Malofeev, 48 anos, ocupou cargos de direção em bancos e fundos de investimento.
Além de presidir ao grupo Tsargrad, é chefe-adjunto do Conselho Mundial do Povo Russo, uma organização liderada pelo patriarca Cirilo, chefe da Igreja Ortodoxa Russa, que apoia a guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Malofeev também é membro da comissão patriarcal sobre assuntos familiares e proteção da maternidade, e chefia a Sociedade Histórica Russa "Águia de Cabeça Dupla", de acordo com a Fundação Roscongress.