O Governo da Rússia alegou hoje ter repelido um ataque com embarcações não tripuladas por parte da Ucrânia contra um navio russo no Mar Negro, acrescentando que não se registaram vítimas.
Corpo do artigo
"As Forças Armadas da Ucrânia levaram a cabo esta noite uma tentativa falhada de atacar o navio patrulha Sergei Kotov com duas embarcações não tripuladas", indicou o Ministério da Defesa russo, antes de especificar que o navio "leva a cabo tarefas de controlo de navegação no sudoeste do Mar Negro, a 370 quilómetros de Sebastopol".
Num comunicado difundido pela rede digital de mensagens Telegram, o ministério russo adiantou que "as duas embarcações inimigas, conduzidas por controlo remoto, foram destruídas por disparos com armamento padrão do navio russo, a uma distância de entre mil a 800 metros".
"Não há vítimas", reforçou o Ministério da Defesa russo, adiantando que o navio Serguei Kotov, da Frota do Mar Negro, "mantém as tarefas que lhe tinham sido destinadas".
Até ao momento, a Ucrânia não se pronunciou sobre o comunicado do Ministério da Defesa de Moscovo.
Ponte da Crimeia é "alvo oficial" ucraniano
O ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, afirmou hoje que a ponte Kerch, na Crimeia, assim como as instalações militares nesta península anexada pela Rússia, são "alvos oficiais" das forças armadas ucranianas.
"Todos estes alvos são objetivos oficiais porque reduzirão a capacidade de luta [dos militares russos] contra nós, ajudando a salvar a vida de ucranianos", declarou o ministro da Defesa ucraniano à televisão norte-americana CNN.
"É uma tática normal destruir as linhas de logística do inimigo para impedir a sua capacidade de obter mais munições, mais combustível ou mais alimentos. É por isso que utilizaremos estas táticas" contra os russos, disse Reznikov, referindo-se à ponte Kerch.
Por outro lado, Reznikov também voltou a acusar a Rússia de atuar como um "Estado terrorista", após os últimos ataques contra vários armazéns de cereais ucranianos, que aconteceram dias depois de Moscovo ter decidido não estender o acordo de exportação de cereais ucranianos a partir dos portos do Mar Negro.
O Governo russo justificou estes ataques como retaliação aos atentados realizados contra algumas das suas instalações estratégicas, como a ponte Kerch. Reznikov garantiu que os russos "estão a lutar contra a população civil ucraniana".
Segundo o ministro da Defesa da Ucrânia, é por isso que os ucranianos classificam os russos como "saqueadores, violadores e assassinos".
Kiev reinvidica posições no Leste
O Governo ucraniano garantiu hoje que a sua contraofensiva militar permitiu conquistar Staromaiorkse e que está a consolidar posições recuperadas e a pressionar os russos a abandonar posições perto da cidade de Bakhmut (leste da Ucrânia).
O anúncio foi feito em conferência de imprensa pelo porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas ucranianas, Andri Kovalov.
Kovalov reivindicou que as forças ucranianas estão a conseguir estabelecer-se nos territórios libertados nas últimas semanas, incluindo em Staromaiorkse, localidade situada no sudoeste da região de Donetsk, de onde a Ucrânia pretende empurrar as forças russas para o ocupado porto de Berdyansk, no Mar de Azov.
O líder imposto pela Rússia para a região oriental ucraniana de Donetsk, Denis Pushilin, admitiu hoje que a situação em torno da cidade de Bakhmut é "difícil" para as tropas russas, que melhoraram as posições em Avdivka e Liman.
"Infelizmente, Artiomovsk [como Bakhmut é chamada pelos russos] continua sob fogo, o que dificulta qualquer trabalho de restauro, e nem sequer é possível iniciar totalmente a fase de reconhecimento", disse Pushilin ao canal de televisão Rossia-24.
Pushilin destacou que "a situação também é difícil nos flancos" da cidade, tomada pelos russos em maio passado, embora tenha destacado que tudo "está sob controlo".