A Rússia emitiu um mandado de busca e captura do cidadão ucraniano Yuri Denisov por cumplicidade no atentado com explosivos que vitimou, a 2 de abril, o blogger militar russo Maxim Fomin, mais conhecido como Vladlen Tatarski.
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"Em resultado de uma série de investigações, concluiu-se que o cidadão ucraniano Yuri Denisov foi um dos cúmplices desse crime. Foi acusado à revelia e emitido um mandado de busca e captura", indicou o Comité de Instrução da Rússia (CIR) em comunicado.
Segundo o CIR, o ucraniano chegou à Rússia em fevereiro de 2023 para preparar o atentado que matou o blogger militar e feriu 32 pessoas.
"Foi ele [Fenisov] quem entregou a Daria Trepova [detida] a estatueta com explosivos que ela levou para a cafetaria onde decorria a reunião com Fomin [Tatarski]. Em seguida, ocorreu a explosão que foi causa da morte do blogger militar", acrescenta o CIR no comunicado.
Tatarski, de 40 anos e originário de Donetsk, era um dos bloggers e correspondentes militares mais populares da Rússia, com mais de 560 mil subscritores no seu canal do Telegram, tendo ganhado notoriedade devido a declarações emitidas no Kremlin sobre a guerra russa na Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro de 2022.
"Vamos derrotá-los a todos, matá-los a todos, roubá-los a todos, conforme seja necessário. Tal como gostamos", declarou Tatarski depois do discurso do presidente russo, Vladimir Putin, no Kremlin, onde foi convidado a estar presente em setembro de 2022, para a cerimónia de anexação das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporíjia e Kherson.
O atentado contra o blogger militar russo fez recordar aquele que vitimou, em agosto do ano passado, Daria Dugina, filha do líder do Movimento Neo-Euroasiático, Alexandr Duguin, considerado próximo do Kremlin.
A 6 de maio, um novo atentado com explosivos feriu com gravidade o escritor nacionalista russo Zakhar Prilepin, que combateu no Donbass e tem um contrato em vigor com a Guarda Nacional da Rússia.
No dia seguinte, o diretor dos Serviços Secretos Militares da Ucrânia, Kyrylo Budanov, não quis desmentir nem confirmar o envolvimento do seu país nestes atentados.