O presidente russo, Vladimir Putin, liderou hoje manobras militares terrestres, marítimas e aéreas de forças nucleares, apenas um dia após a cimeira com o homólogo norte-americano, Donald Trump, ter sido adiada por tempo indeterminado.
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"Hoje, temos um exercício de gestão de forças nucleares estratégicas programado, tal como o ministro da Defesa acabou de informar. Vamos ao trabalho", afirmou Putin enquanto comunicava com militares do Kremlin, segundo a agência russa TASS.
Putin ordenou o início das manobras na presença do Ministro da Defesa, Andrei Belousov, e do chefe do Estado-Maior general das Forças Armadas russas, Valery Gerasimov, através de uma videoconferência.
"Hoje temos exercícios de rotina, insisto, de rotina, sobre a utilização de forças nucleares", sublinhou Putin no vídeo publicado na página do Kremlin no Telegram.
Os exercícios servem para testar "o procedimento para autorizar a utilização de armas nucleares", disse Gerasimov.
O último exercício militar deste tipo foi realizado pela Rússia há dois anos.
As forças nucleares lançaram um míssil balístico intercontinental Yars - com um alcance de até 12.000 quilómetros - a partir da base espacial russa, o Cosmódromo de Plesetsk, que fica quase 800 quilómetros a norte de Moscovo.
O míssil foi lançado para o campo de tiro de Kura, na península de Kamchatka, a mais de 6.000 quilómetros do local de lançamento.
Além disso, participaram também nas manobras o submarino nuclear "Bryansk", que lançou um míssil balístico Sineva do Mar de Barents, e vários bombardeiros estratégicos Tu-95C, que dispararam mísseis de cruzeiro.
"Todos os objetivos das manobras foram alcançados", declarou o Kremlin.
Estas manobras nucleares surgem depois de recentemente Putin ter proposto prorrogar por um ano o START III, também conhecido como "New Start" ("novo começo", em português), o último tratado de desarmamento nuclear entre Moscovo e Washington.
"A Rússia está disposta, após 05 de fevereiro de 2026, a continuar por um ano a cumprir as limitações previstas pelo START III", disse em 22 de setembro Presidente russo durante uma reunião televisionada do Conselho de Segurança da Rússia.
Trump respondeu na ocasião que era "uma boa ideia", mas as partes ainda não iniciaram negociações sobre a sua extensão.
Putin tinha suspendido o START III no início de 2025.
A cimeira entre os Estados Unidos e a Rússia em Budapeste, que deveria ter lugar dentro de duas semanas, foi adiada depois de Moscovo ter excluído liminarmente a possibilidade de cessar os combates na Ucrânia, como tinha proposto o líder da Casa Branca.
Um responsável da Casa Branca afirmou na terça-feira que a cimeira entre Trump e Putin, anunciada na passada quinta-feira, não deverá ocorrer num "futuro próximo".
"Não há necessidade de uma reunião cara a cara adicional entre o secretário de Estado [norte-americano], Marco Rubio, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, e não há planos para o Presidente Trump se reunir com o Presidente Putin no futuro imediato", disse o funcionário, sob condição de anonimato, citado pelas agências de notícias espanhola EFE e norte-americana Associated Press (AP).
A reunião, anunciada pelo Presidente republicano na rede social Truth Social após uma conversa telefónica com Putin, deveria ter lugar em Budapeste, embora a data não tenha sido fixada.
Trump, que qualificou a conversa com Putin como "muito produtiva", indicou na mesma ocasião que o encontro entre ambos iria ocorrer dentro das "próximas duas semanas" ou seja, antes de novembro.