O Kremlin notou, esta segunda-feira, "nervosismo" por parte da NATO e aliados, referindo-se à falta de acordo na reunião do Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia, sexta-feira, sobre a entrega dos blindados Leopard 2 a Kiev.
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"Todos estes malabarismos jurídicos que vemos, a troca de declarações entre as capitais europeias...Vemos como algumas capitais europeias, incluindo Varsóvia, ameaçam isolar Berlim internacionalmente", disse hoje o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
O responsável do gabinete presidencial da Rússia indicou que "tudo isto mostra como cresce, o nervosismo entre os membros da Aliança Atlântica".
Peskov referiu-se diretamente às declarações do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Arkadusz Mularczyk, que disse à agência ucraniana UNIAN, que a "Alemanha, ao negar-se a enviar os tanques (Leopard 2) cai no isolamento internacional".
Esta segunda-feira, a Polónia anunciou que vai pedir autorização à Alemanha para enviar os seus tanques Leopard para a Ucrânia, disse o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki.
Mesmo que não haja a permissão da Alemanha, Varsóvia tomará as suas próprias decisões, sublinhou Morawiecki, sem dar mais detalhes. No entanto, a ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, disse, no domingo, que a Alemanha não será um obstáculo se Varsóvia avançar com o pedido.
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No domingo, o novo ministro alemão da Defesa, Boris Pistorius, recordou que a decisão sobre o envio para a Ucrânia dos blindados Leopard 2 é da competência do chanceler Olaf Scholz.
Pistorius acrescentou que espera o envio "para breve" dos veículos militares de fabrico alemão, sem se referir a um prazo concreto. "Estamos num processo de decisão e temos de esperar", disse Pistorius à televisão pública alemã ARD, frisando que a questão da competência é do chanceler Scholz.
Peskov colocando-se contra a ajuda militar internacional à Ucrânia afirmou que "todos os países, que de um modo ou outro participam no envio de armamento e no aumento do nível tecnológico das forças ucranianas, vão ser responsabilizados".
"O mais importante é que quem vai ter de pagar por todas estas ações, por esta pseudo ajuda, vai ser o povo ucraniano", afirmou Peskov.