Moscovo propôs esta sexta-feira que a Rússia e os Estados Unidos façam bombardeamentos conjuntos contra os jiadistas na Síria a partir da próxima semana. O Pentágono já recusou.
Corpo do artigo
"Estamos a propor aos Estados Unidos, como copresidentes do Grupo Internacional de Apoio à Síria [International Syria Support Group, ISSG], participarem a partir de 25 de maio em operações conjuntas das forças aéreas russas e das forças aéreas da coligação", disse o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu.
Segundo a imprensa russa, Shoigu, que falava numa reunião de alto nível no Ministério da Defesa, indicou que os comandos militares de ambos os países já começaram a articular "estas medidas" nas conversações internacionais em Amã e Genebra.
Pentágono já fez saber que recusa a proposta russa
Estas operações conjuntas teriam como objetivo "os destacamentos da Frente al-Nusra e outros grupos armados ilegais que não apoiam a cessação das hostilidades", disse.
Os ataques visarão igualmente "colunas de armamento e munições e os grupos armados que cruzam a fronteira turco-síria" e "excluem infraestruturas civis e zonas povoadas".
"Propusemos aos Estados Unidos continuar o trabalho com as unidades da oposição 'moderada' para que se juntem ao cessar-fogo e para que sejam determinadas as zonas que controlam", a partir da mesma data, acrescentou.
Estes grupos moderados, precisou, "devem retirar-se das áreas controladas pela Frente al-Nusra e outras organizações terroristas internacionais".
Shoigu afirmou que "estas medidas vão permitir avançar para um processo de solução pacífica do conflito em todo o território da Síria" e foram "combinadas com os dirigentes da Síria".
Em resposta, o Pentágono já fez saber que recusa a proposta russa, afirmando que os Estados Unidos "não colaboram" militarmente com a Rússia. "Não colaboramos e não nos coordenamos com os russos" nas operações militares na Síria, afirmou um porta-voz do Pentágono, o capitão-de-mar-e-guerra Jeff Davis.
O porta-voz explicou que os dois países têm objetivos diferentes nas respetivas operações militares em território sírio. "As operações russas visam favorecer e apoiar o regime de [Bashar] al-Assad e nós estamos unicamente concentrados na derrota do grupo Estado Islâmico", justificou.
Jeff Davis disse ainda que não houve, até ao momento, qualquer proposta formal da Rússia sobre tais ataques conjuntos: "Vi as mesmas notícias que vocês, não nos foi apresentado nada de formal", disse.